Ministra afirma que projeção é pessoal e que estimativa oficial virá da Fazenda
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), está otimista com a economia brasileira após o resultado do PIB do primeiro trimestre do ano divulgado nesta quinta-feira (º).
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calculou uma alta de 1,9% nos três primeiros meses do ano, enquanto analistas de mercado esperavam avanço de 1,3%.
“Nós estamos com expectativa de que se nada mais crescer, mesmo assim [o PIB vai] chegar a 2,3%, desfazendo qualquer expectativa mais pessimista que todos nós tínhamos no início do ano”, avaliou. “O Brasil vai crescer mais de 2% [em 2023]”, reiterou a ministra um pouco depois.
Em conversa com jornalistas na manhã desta quinta, ela fez a ressalva de que as estimativas oficiais do governo para o crescimento da economia são feitas pelo Ministério da Fazenda e que a sua projeção é pessoal.
Os números positivos para a economia brasileira são, na visão da ministro, fruto de anúncios da equipe econômica, “as primeiras iniciativas anunciadas desde o fim do ano passado”. “Há também confiança do mercado, investidores”, continuou.
“A aprovação do arcabouço dá credibilidade, mostra que a equipe econômica está no caminho certo”, avaliou. Para a ministra, o crescimento da economia rebate crítica feita ao arcabouço, de que ele dependeria excessivamente de um incremento de receitas.
Tebet espera que outras medidas já adotadas pelo governo federal tenham efeitos a partir do segundo trimestre, sustentando o crescimento da economia.
“Alguns impactos ainda não apareceram: o salário mínimo com valorização foi dado agora, não pegou o primeiro trimestre. A incorporação de famílias no Bolsa Família, programas de fomento, tudo isso é levado no somatório”, avaliou.
Ela citou também as medidas adotadas pelo governo para baratear carros que custam até R$ 120 mil. “[A medida] tem durabilidade muito temporária, mas aquece a economia neste ano”, disse.
O resultado do PIB também reforça o desejo do Executivo de queda na taxa de juros, opinou Tebet.
“Isso quebra o argumento de que o crescimento impacta demais a inflação e tem de ter taxa de juros alta. Crescemos acima da expectativa com decréscimo de expectativa de inflação”, analisou.
“Mesmo com economia mais aquecida do que previsão do Focus, está tendo queda da inflação. Não é por demanda, não temos essa inflação por demanda como muitos apostam”, acrescentou.