Corrupção, redução de direitos sociais, ameaças ambientais e aumento da violência de gênero. Estas foram preocupações manifestadas pela maioria das socialistas durante a primeira parte do encontro do Núcleo de Mulheres da CSL, em Brasília.
A transexual Gahela Tseneg, militante do Movimento Socialista, Feminista e Diverso – Novo Peru, destacou que o machismo impera no mundo e as mulheres precisam ter o compromisso de lutar contra esse sistema pelas meninas, pelas idosas, pelas jovens e pelas futuras gerações. “Temos que lutar contra o patriarcado. Não somos vulneráveis, ‘estamos’ em situação de vulnerabilidade porque nos empurram a isso. Mas temos resistência, seguiremos lutando e só vamos parar quando tivermos uma igualdade plena em condições e oportunidades”, afirmou.
Também militante do Novo Peru, Patricia Romero, afirmou que o tema da violência contra mulheres e meninas em seu país é recorrente. “Todos os dias são noticiados casos desse tipo. E nós estamos comprometidas com a igualdade, com a luta contra o sistema patriarcal e contra a violência de mulheres e meninas que ficam grávidas aos 9 anos, por exemplo, por conta de um abuso, e não contam com uma política pública de saúde eficaz”.
Para a integrante do Novo Peru Gladys Fernandéz, é necessária uma organização efetiva da sociedade e das autoridades para se ter uma sensibilização e um enfrentamento da violência de gênero.
A panamenha Benilda Santana também disse que o número de feminicídios no seu país é alto e defendeu maior participação feminina na política de todos os países do mundo.
Susana Delgado defendeu que a participação das mulheres na política deve ser feita de forma igualitária. “Temos sido combativas dentro dos nossos espaços na política, nas assembleias, mas, de alguma forma, não somos vistas”, afirmou.
Carmen Anastasia lembrou algumas conquistas do atual governo de esquerda do Uruguai, do presidente Tabaré Vázquez, no campo de gênero como a Lei do Feminicídio e a Lei do Matrimônio Igualitário para os LGBT. Ela destacou ainda que a luta das mulheres, das feministas, não é uma guerra contra os homens. “A paridade de gênero é uma mudança de uma cultura milenar que não vamos conseguir fazer em pouco tempo. As leis ajudam, mas não são tudo”.
Para Shady Ruiz Medina, do Paraguai, é um desafio para os representantes de partidos políticos tratar os feminicídios e as mudanças culturais sobre o machismo e patriarcado. “Os políticos têm que ser os portadores das propostas para erradicar a violência de gênero. A erradicação só será possível quando houver mudança cultural”, reforçou.
A socialista Estela Molero, da Argentina, finalizou afirmando que o objetivo da CSL é fortalecer cada partido membro individualmente para trabalhar em conjunto a realidade de cada país e sobretudo da América Latina.
Como representantes da secretaria do Cono Sur, participaram Estela Molero (Argentina), Shady Ruiz Diaz Medina (Paraguai) e Carmen Anastasia Suarez (Uruguai). A socialista Benilda Santana (Panamá) representou a secretaria Circuncaribe. Já na composição da secretaria da região andina estiveram presentes Gladys Fernandéz (Peru), Gahela Contreras (Peru), Patricia Romero (Peru) e Susana Delgado (Equador).
As integrantes da CSL-MGI também estão em Brasília para participar de uma reunião com a bancada feminista da Câmara dos Deputados, na manhã desta quarta-feira. Além disso, a partir das 19h, vão estar presentes no III Encontro Internacional de Mulheres Socialistas promovido pelo segmento feminino do PSB e realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB).
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional