“Nas praças, nas ruas, na luta a vida inteira, e viva as mulheres socialistas brasileiras”, foi o grito de fundo durante toda palestra. E acompanhando a intensidade da platéia ecoaram duas grandes vozes na luta pelo empoderamento das mulheres no país durante a oficina da SNM no FST 2012. Luiza Erundina, deputada federal do PSB – SP e Kátia Born, secretária de estado da mulher de Alagoas, abordaram as origens da crise econômica mundial, contextualizaram historicamente e sugeriram possíveis soluções por meio da participação política efetiva das mulheres. A palestra foi realizada na manhã da sexta feira (27), na faculdade de educação da UFRGS e também compuseram a mesa, Dora Pires, secretária nacional de mulheres do PSB, Mari machado, dirigente nacional e representante da Fundação João Mangabeira e Anabel Lorenzi e Beti Barbosa da executiva de mulheres do RS. A primeira painelista a falar foi Kátia Born que abordou as origens da crise, os impactos na economia brasileira e na vida das mulheres, e caminhos possíveis para a superação da crise. Ela destacou que a crise foi desencadeada pela arbitrária especulação do mercado imobiliário norte americano que atingiu, como sempre, os mais pobres, que sem renda suficiente, tiveram dificuldades para honrar com os compromissos bancários. A partir daí, os desdobros da crise se dissiparam como uma avalanche estremecendo mercados como o europeu e consequentemente resvalando no Brasil. Na sequencia, Kátia foi enfática quando ressaltou que no Brasil, os impactos ignorados dessa crise potencializaram diretamente a feminização da pobreza, pois mais mulheres se retiraram do mercado de trabalho. E como solução para se trilhar um caminho de superação de crise, ela defendeu a importância das mulheres como principais agentes de transformação social por meio da valorização da mão de obra feminina que resultará na diminuição do fosso entre homens e mulheres. Para a deputada Erundina, o entendimento da crise é fundamental para a superação desta. “É preciso desmascarar o discurso daqueles que querem minimizar os efeitos da crise fincados no coração do sistema econômico neo liberal”. Ela ressaltou a necessidade de que a parceria dos homens é de fundamental importância na luta e clamou para que todos se unam para aprofundar a reflexão com uma perspectiva de um novo projeto de vida para a humanidade. Fez uma consideração de que essa é uma das mais graves crises da era do capitalismo, mas que também é o momento de um novo tempo. Quanto ao impacto na vida das mulheres, pediu para que todas, nas respectivas instâncias partidárias, tenham coragem de exigir que os partidos as reconheçam como também protagonistas da história. Lembrou da necessidade de se enfrentar comportamentos machistas arraigados na nossa cultura patriarcal e considerou de extrema importância a união e a presença dos movimentos da juventude, negro, popular, lgbts e sindical, pois o mundo está povoado por uma maioria de mulheres que podem ser jovens, negras, populares, homossexuais ou sindicalistas. Erundina apontou como possíveis saídas para o terrível impacto dessa crise estrutural do capitalismo na vida das mulheres, o enfrentamento da desigualdade de gênero na política e na promoção de políticas públicas. “É preciso romper com essa desigualdade mesmo sendo a barreira mais difícil de transpor por este ser um espaço de decisão. Não há socialismo com desigualdade”. A deputada ainda falou que o quadro de exclusão político das mulheres é ainda mais agravante na situação da crise. Os segmentos mais vulneráveis é que pagam as contas, portanto, as soluções tem que ser criativas, pois muito ainda será exigido das mulheres. É preciso se capacitar e se preparar para uma nova humanidade e uma nova civilização. E fechou o discurso dizendo que a mulher socialista não gosta de tarefa fácil e pequena. |
Virgínia Ciarlini – Assessoria de comunicação da SNM
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