As mulheres socialistas estão dando importante contribuição ao processo de Autorreforma do PSB, uma iniciativa inédita nos mais de 70 anos do partido e na política brasileira. A avaliação é do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que falou durante a reunião do Conselho Político da Secretaria Nacional de Mulheres, em Brasília.
“Em todos os debates da autorreforma, as mulheres têm dado grande contribuição. Temos recebido, de várias partes do país, sugestões das mulheres, que vêm pela Comissão de Sistematização”, afirmou durante a reunião, na segunda-feira (20). “Todas as secretarias nacionais de mulheres terão o seu protagonismo na construção do Congresso Constituinte da Autorreforma”, ressaltou
Siqueira lembrou que, segundo o regimento interno do Congresso Constituinte da Autorreforma, aprovado pela Executiva Nacional, a seção estadual que não indicar 30% de mulheres para a composição do Diretório Nacional não poderá ocupar, com homens, as vagas remanescentes dessa cota. Esses espaços deverão, portanto, ser ocupados por mulheres de outros estados.
Após um ano e meio sem atividades presenciais, as mulheres que integram o Conselho da SNM estiveram reunidas para tratar de temas relacionados à realização dos conselhos municipais, estaduais e nacional, e à pauta das mulheres na política nacional e partidária.
“Vocês são a vanguarda da organização das mulheres. São aquelas que estão em ação na organização do partido. E o partido precisa disso, de uma espécie de elite das mulheres que pensem as políticas e façam com que elas possam penetrar em todas as camadas sociais do país nos diferentes estados da federação”, afirmou Siqueira.
A secretária nacional de Mulheres, Dora Pires, destacou a série de encontros regionais promovidos para elaborar propostas e aperfeiçoar as teses do Caderno 5 da autorreforma. A quinta reunião regional da SNM para este fim será nesta sexta-feira, 24, às 19h, com a participação de mulheres socialistas da região Sul.
Para Dora, “não há socialismo nem democracia sem equilíbrio e equidade de gênero”. “Fortalecer as mulheres e identificá-las em seu potencial é a nossa luta. A luta política é difícil, mas a eleitoral é ainda mais difícil, considerando a invisibilidade e a dificuldade que nós temos de construir essa parte com os homens, de uma maneira geral”, afirmou. “Urge e é fundamental que o PSB nacional se debruce sobre essas questões, para que a gente não seja tão excluída dos espaços de poder”, defendeu a socialista.
A secretária especial da Executiva Nacional do PSB, Mari Machado, enalteceu a iniciativa inédita do PSB no país em fazer a sua autocrítica e ressaltou as barreiras que as mulheres enfrentam para ocupar os espaços de poder e na política. “Estamos vivendo um momento muito especial no PSB. Pela primeira vez, no partido, e pela primeira vez também na história do Brasil, um partido faz uma autocrítica, uma revisão do seu programa, do seu manifesto, em torno das teses que defende e em consonância daquilo que é expectativa da sociedade”, afirmou.
“Estamos sempre enfrentando barreiras que vem dos homens. Quando vemos, tem alguém questionando a nossa presença, ou não dando importância para a participação das mulheres, ou cometendo algum tipo de violência política de gênero, ou desmerecendo uma candidatura feminina, ou desqualificando a nossa presença numa direção partidária”, criticou.
Fonte: PSB