Direito e justiça para todos. Estas foram umas das principais ordens no 1º Seminário Nacional dos Direitos Humanos das Vítimas da Violência, que aconteceu na sexta-feira (10), no auditório Nereu Ramos. O evento foi realizado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania e teve o apoio da deputada federal Keiko Ota (PSB-SP). Durante a abertura dos trabalhos, a socialista destacou a grande necessidade de buscar mecanismos para conter os índices de assassinatos que superam os dos países em guerra, e as vítimas “invisíveis” desse holocausto nacional: os seus familiares. “Trata-se de um tema que preocupa e assusta a sociedade brasileira. Todos sabem que eu e meu marido, Masataka Ota, militamos em defesa dessas vítimas, carregando como bandeira um lema: direitos para todos”, explicou a deputada. Ela revelou ainda que organiza um abaixo assinado, com forte apelo, para ser entregue ao Congresso para que os parlamentares possam ter noção do clamor da sociedade pela justiça. “Os tempos mudaram e por esse mesmo motivo precisamos adequar os períodos de reclusão aos tempos atuais. A expectativa de vida do brasileiro era de 46 anos e hoje subiu para quase 72 anos. Não seria um absurdo de passarmos a pena máxima para 50 anos de reclusão”, explanou Keiko. A secretária de Proteção às Vítimas de Violência do Distrito Federal, Valéria Velasco, também esteve presente e lançou um desafio durante o seminário. “Quero saber até onde vamos discutir os direitos da vítima, que só é citada uma só vez na Constituição Federal. Já o agressor, é citado mais de 30 vezes. Isso precisa mudar”, exclamou Valéria. O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal, Alírio Neto, revelou que a cada 10 crimes ocorridos na região, sete não são noticiados ao Estado. “Apesar do cenário preocupante, a Sejus avaliará a situação das vítimas ocultas: os familiares abalados após tragédias; e formulará políticas públicas para tal gênero”, disse. Ao longo do dia foram ministradas palestras e debates entre profissionais de reconhecimento internacional, como a psiquiatra, escritora e especialista em comportamento humano Ana Beatriz Barbosa e a procuradora de Justiça de São Paulo e também escritora, Luiza Nagib Eluf, especialista em violência sexual e homicídio de mulheres. Lembranças amargas No espaço externo do auditório Nereu Ramos foram expostas as marcas que a violência deixou em algumas famílias. São objetos pessoais como o do biólogo e ciclista Pedro Davison. Ele foi atropelado e morto por um motorista alcoolizado no Eixão Sul, em agosto de 2006. Seu capacete e suas luvas simbolizam a dor das vítimas “invisíveis”. Outro caso é o do jovem Rodrigo Fonseca Ulhôa, que foi sequestrado junto com sua namorada e morto ao tentar evitar o estupro de sua companheira. Em uma redoma de vidro, estão expostos seu crachá funcional e o CD de sua banda preferida. Diversas camisas com a imagem das vítimas estampadas também estiveram em exposição no local. |
Liderança do PSB na Câmara
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