Como é possível que um senador da República se valha, eleitoreiramente, de uma das mais cruéis catástrofes ambientais, que são esses seis anos de seca no Nordeste. Nos causa espécie esse desplante, esse descaramento. Um parlamentar omisso, por anos, sobre essas questões. Arvoro-me a tal reflexão porque minha bandeira de luta é a questão das mulheres, da busca pela igualdade e por melhores condições de vida de mais da metade da população que gesta a outra metade.
Portanto, ressalto que, o problema da cruel seca no nordeste também se reflete na desestruturação da família, principalmente quando a escassez de alimento provoca uma fome endêmica e atinge diretamente as mulheres, pois sobre elas recai a difícil tarefa de gerenciar o alimento que será consumido no cotidiano. É a mulher, chefe de família, que assume todas as tarefas relativas ao núcleo familiar. E sem água e sem alimento, é ela, ainda, que busca superar, dela e da família, as consequências negativas, físicas e mentais advindas da fome e da seca.
E ainda, dentro desse contexto, as peculiaridades do corpo feminino, se não tratadas com as devidas condições, agravam, ainda mais, a perpetuação de doenças e consequentemente, o esfacelamento de estruturas familiares já fragilizadas.
Deixo aqui expressa a minha indignação e sugiro a leitura do artigo que segue sobre esse tema. Mais uma vez, estamos com o senhor, secretário Nilton Mota, e acreditamos nas ações desenvolvidas pelo governador Paulo Câmara, que o senhor deixa muito bem explicadas no texto a seguir.
Dora Pires (PSB/Pernambuco)
Secretária Nacional de Mulheres do PSB
Armando silenciou sobre obras hídricas
Por Nilton Mota*
É lamentável que o senador Armando Monteiro venha tentar tirar proveito eleitoral de uma seca que aflige, há seis anos, os milhões de nordestinos e não apenas os pernambucanos.
Dos R$ 2,5 bilhões investidos até agora pelo Governo Paulo Câmara, R$ 682 milhões foram em recursos hídricos, 30%, portanto. A Compesa, sozinha, investiu mais de R$ 500 milhões, o que soma quase R$ 1,2 bilhão em investimentos na área. Talvez o senador, por viver tão distante de Pernambuco, não tenha essas informações.
O governador Paulo Câmara e seus colegas do Nordeste têm alertado a União para o problema da seca na Região desde o Governo Dilma, o mesmo do qual o senador fez parte.
O senador Armando ficou calado quando o Governo Dilma, do qual fazia parte como ministro, praticamente parou a Adutora do Agreste. Ele simplesmente se omitiu.
O governador Paulo Câmara não ficou parado e determinou a construção de uma alternativa para levar água da Mata Sul para o Agreste, por meio do Sistema Pirangi, que vai captar água no rio de mesmo nome, em Catende, na Mata Sul, para incrementar o Sistema do Prata. E vai entrar em operação no início de 2017.
Há poucos dias, o governador Paulo liderou uma reunião dos governadores nordestinos que foi decisiva na negociação com o Governo Federal para assegurar mais recursos para a nossa região. Inclusive amanhã (09/12) será dada pelo Governo Federal, Ordem de Serviço para execução de obra de R$ 34 milhões para levar água da Barragem de Sirigi (Mata Norte) a nove municípios do Agreste Setentrional. Desde o início de 2015 o Governo de Pernambuco tinha disponibilizado o projeto à Presidente Dilma, que nada fez.
Pergunta-se assim, qual iniciativa produtiva sobre a questão o senador fez até o momento?
O Governo de Pernambuco fez uma reunião com a bancada federal para discutir as prioridades de Pernambuco no Orçamento Geral da União e o senador se ausentou. Em parceria com a bancada federal, o governador Paulo conseguiu priorizar as emendas parlamentares para a área de recursos hídricos.
Não é com discursos oportunistas na tribuna do Senado – visando apenas projetos eleitorais pessoais – que vamos enfrentar e vencer o desafio da convivência com a seca.
*Secretário de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco
Este conteúdo é de responsabilidade do autor, não necessariamente expressa a opinião do PSB.
Fonte: Blog do Magno