A Secretária Nacional de Mulheres do PSB, Dora Pires, participou neste sábado, 7, em Brasília, do Encontro Distrital de Mulheres do Movimento Popular Socialista – MPS, – atividade promovida pelo coletivo feminista do MSP – e realizada em virtude do 1º Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, que reuniu entre os dias 5 e 9 de março, cerca de 3500 mulheres Sem Terra, e marcou as lutas pelo 8 de março.
Além de Dora, estiveram presentes na roda de conversa das socialistas as companheiras Thaísa Silva, Diretora da CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e da coordenação do MPS, Bia Cardoso, Coordenadora do MPS Feminista, Ariane secretária de mulheres da FETADFE – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Distrito Federal e Entorno, Andressa dirigente do MST e do Núcleo de Base Camponesa do MPS, e outras companheiras que integram o MPS; o Secretário Nacional do MPS, Acelino Ribeiro, também esteve.
Durante a roda de conversa entre as presentes, as mulheres trocaram relatos sobre a importância da presença da mulher nos espaços de poder, e como isso pode ser feito via partido político, além de destacar a ameaça fascista que tem rondado o Brasil desde a posse da atual gestão, em 1º de janeiro de 2019.
A companheira Bia Cardoso abriu a roda ao destacar, com alegria, a participação da Secretária Nacional na atividade das mulheres do MPS. Em seguida, alertou para a influência exercida na sociedade brasileira pelo presidente ao estimular pensamentos e falas odiosas contra as mulheres. “É muito ruim quando o Brasil opta por reproduzir o pensamento e a escolha pelo ódio projetados pelo Bolsonaro. Nós, mulheres, estamos na linha de frente de todos os embates que têm ocorrido. Por isso, precisamos fazer o chamamento às ditas minorias para buscar união. A epidemia de feminicídio é um ponto de atenção”, concluiu.
Thaise Silva referendou que, neste ano de eleições municipais, as mulheres deverão se unir e fortalecer. “Temos que ter presença e abraçar a causa neste ano, ainda mais diante do aumento dos casos do feminicídio. Temos que reivindicar a permanência dos nossos direitos e organizar nossa gente”, conclamou.
Em seguida, Dora reforçou às mulheres a necessidade de haver organização partidária para termos chances reais de eleger o maior número possível de mulheres prefeitas e vereadoras: “nós detemos um papel diferenciado na sociedade e a luta, necessariamente, começa por nós. Afinal, somos maioria no Brasil”.
Para Dora, esse 8 de março é atípico, “pois será a partir dele que vamos construir a unidade com os outros partidos para começar a pensar a concepção do enfrentamento ao ano de 2022. É da força dos municípios que rege as mudanças que vão para os Estados para que possam ser construídas”, alertou.
A secretária disse, ainda, que o único poder de transformação no mundo são os partidos políticos, “pois é por meio deles que elegemos os representantes dos poderes Legislativos e Executivo. A mudança da concepção do papel da mulher, da lógica de eleição mudou, por isso é importante trazermos mais mulheres, de todas as idades e estados, para que tenhamos mais socialistas”.
Todos os partidos têm a dificuldade de abrir vagas para mulheres porque os “homens têm uma tendência de construir o pensamento de que mulher não vota em mulher. A nossa unidade é fundamental para que dentro para que possamos fazer a diferença. Temos que começar a tomar os espaços de poder interno. Estamos incentivando essa força nos estados para construir as candidaturas a prefeitas e a vereadora. Em maio, realizaremos um evento para as pré-candidatas socialistas, em Recife”, concluiu.
Ao final, a secretária destacou a importância da unidade dos segmentos com foco nas mulheres para que todas se prepararem e qualifiquem para as futuras disputas aos espaços de poder.
Celebração do 8M
A marcha do ato do 8M, realizada em Brasília, convocada pelas Mulheres do MST, contou com a presença de mulheres de todo o Brasil. Vários partidos de esquerda e mais de 50 organizações participaram da caminhada contra o racismo, o machismo e o fascismo. As mulheres do coletivo feminista do MPS, o secretário nacional do referido segmento, Acelino Ribeiro, a secretária distrital da SNM, Geralda Resende, o ex-governador do Distrito Federal, estiveram na atividade.
Com saída do Pavilhão do Parque da Cidade, a marcha passou pelo Palácio do Buriti e as mulheres protestaram contra o atual governador, Ibaneis Rocha [MDB-DF], diante do aumento de mulheres mortas no Distrito Federal em decorrência de casos de feminicídios. Em seguida, seguiram para a Torre de TV e finalizaram o ato com a participação de coletivos feministas e gritos de protestos contra o governo Bolsonaro.
Um outro olhar sobre a defesa do feminismo ganha cada vez mais voz e espaço. Em meio ao cenário de avanço do agronegócio, em prol do consumo desenfreado por animais e o incentivo à destruição de biomas como Amazônia e Cerrado.
Vanessa Negrini defensora da vida de toda as espécies de mulheres e fêmeas e representante do Gedai – Grupo de Estudos Sobre Direitos Animais e Interseccionalidades -, esteve na marcha do 8M e afirmou que os veganos e as veganas de Brasília “acreditam que todas as formas de opressão estão conectadas. Por isso estamos aqui hoje para lutar e dar voz pela fêmeas de todas as espécies: humanas, não-humanas. Todas elas são vítimas da mesma matriz de opressão: a do mais forte sob o mais fraco. Por isso, estamos aqui para dizer que o nosso corpo não é para o consumo de ninguém, ele nos pertence. Pela vida de toda as espécies”.
Assessoria de Comunicação SNM