Uma jornada que não termina, regulada por obrigações inescapáveis; mulheres divididas entre a aspereza do cotidiano, onde os serviços da casa e o serviço de fora disputam sua dedicação e o anseio por tempo livre; estes são temas que deveriam deixar de ser assunto exclusivamente feminino e privado. É o que alertam especialistas no livro Trabalho remunerado e trabalho doméstico no cotidiano das mulheres. A publicação reúne artigos que interpretam e aprofundam o debate em torno dos resultados da pesquisa “Trabalho remunerado e trabalho doméstico – uma tensão permanente”, realizada em 2012 pelo Instituto Data Popular, SOS Corpo e Instituto Patrícia Galvão para conhecer o cotidiano de trabalho das mulheres brasileiras. A pesquisa mostra que o trabalho doméstico não é compartilhado com os homens: todas as mulheres realizam tarefas em casa e 71% delas não contam com qualquer ajuda masculina. Cerca de 60% acreditam que os maridos dão mais trabalho do que ajudam. Os dados reiteram e evidenciam a injusta distribuição das tarefas domésticas entre os sexos, mas, ao mesmo tempo, sinalizam indícios de mudança na percepção das mulheres sobre suas atribuições. A divisão sexual do trabalho é analisada pelas pesquisadoras Maria Betânia Ávila e Verônica Ferreira, da ONG SOS Corpo, no artigo “Trabalho produtivo e reprodutivo no cotidiano das mulheres brasileiras”. Já a metodologia e os resultados da pesquisa são examinados por Maíra Saruê Machado, diretora de pesquisas do Data Popular, em “Trabalho remunerado e trabalho doméstico: conciliação?”, enquanto a pesquisadora Mariana Mazzini Marcondes, em “O dia deveria ter 48 horas…”, ressalta as demandas das mulheres por políticas públicas e a responsabilidade do Estado na provisão de suporte para as atividades de cuidado de pessoas e da casa. A obra é uma realização do SOS Corpo e Instituto Patrícia Galvão, com apoio da ONU Mulheres. Acesse o pdf do livro: Trabalho doméstico e trabalho remunerado no cotidiano das mulheres |
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Fonte: Agência Patrícia Galvão
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