Na última sexta-feira, 13, a sede do PSB-RJ recebeu o “Seminário Mulheres e Democracia”, sobre a participação feminina na política nacional. O presidente estadual do partido, Alessandro Molon, conduziu a abertura do evento. Ao lado dele, à mesa, as palestrantes Adele Cardoso, do Movimento Popular Socialista; Edimara Celi, Vice-presidente da Negritude Socialista do RJ; Luciana Moreira, Secretária Estadual das Mulheres; e Milena Batista, presidente municipal da JSB-RJ (Juventude Socialista Brasileira).
Ao abrir o seminário, o deputado Alessandro Molon falou sobre o processo de Autorreforma do PSB e destacou a importância da participação feminina no desenvolvimento de políticas públicas para mulheres.
“É uma honra estar aqui com as mulheres do PSB. Principalmente nesta fase esperançosa para este partido, que é o processo de Autorreforma. Estamos lançando um novo programa. Um programa voltado para o combate às desigualdades sociais, que é o maior problema deste país. E essa desigualdade se manifesta de varias formas, seja social, racial ou de gênero. O compromisso do PSB é com as mulheres brasileiras, que recebem salários menores, mesmo trabalhando mais e com maior qualificação”, afirmou.
Em um dos mais belos discursos da tarde, a presidente municipal da JSB-RJ e pré-candidata a vereadora pelo Rio de Janeiro, Milena Batista, criticou a ausência de mulheres jovens na política, e enfatizou o fenômeno mundial de Greta Thunberg. Para ela, Greta é o exemplo de que os jovens podem estar engajados em grandes causas, assumindo, consequentemente, o protagonismo e a liderança de mudanças necessárias para sociedade.
Milena Batista também falou sobre machismo na política. Segundo ela, uma sociedade estruturalmente machista dificulta a entrada de mulheres em cargos executivos e legislativos. “as mulheres estão sendo desacreditadas, estigmatizadas como frágeis, histéricas ou menos capazes. Isso não é verdade. Esse pensamento machista precisa acabar”.
Antes da primeira pausa no Seminário, a secretária estadual das mulheres Luciana Moreira falou sobre o “IV Encontro Internacional de Mulheres Socialistas”, promovido pela Secretaria de Mulheres do PSB, no Hotel Othon.
Na ocasião, houve um debate sobre as incontáveis dificuldades para as mulheres ingressarem na política. Este argumento foi corroborado pelo discurso de diversas parlamentares estrangeiras, provando, com efeito, que os desafios da participação feminina na política configuram uma questão internacional. Por fim, Luciana afirmou que, atualmente, as mulheres são mal representadas na Câmara em função de um “sistema de cotas oportunistas”. “No PSB não terá laranja nas eleições do ano que vem”, sacramentou.
Na segunda parte do Seminário, o Instituto Alziras apresentou importantes considerações sobre a posição da mulher dentro do sistema político brasileiro. Através de estudo inédito chamado “Perfil das Prefeitas no Brasil (2017-2020)”, o instituto ouviu 45% das 649 das prefeitas eleitas em 2016.
Ao longo da pesquisa, o Instituto Alziras revelou estatísticas para nós, como sociedade, lamentarmos: “as mulheres negras são 27% da população, mas governam apenas 3% das prefeituras no Brasil”; além disso, “53% das mulheres que tentam a vida na política já sofreram assédio ou violência política pelo simples fato de ser mulher”.
Em síntese, a pesquisa mostra que as mulheres que estão à frente das prefeituras acumulam experiência na política em sua trajetória, têm mais anos de estudo do que os prefeitos homens e superam enormes desafios em municípios pequenos e sem recursos. A publicação também apresenta dados sobre arrecadação de campanha, divisão de trabalho doméstico, violência política, promessas de campanha e caminhos para ampliar a participação política de mulheres.
Fonte: PSB/RJ