Durante a visita das representantes do Equador e do México, a SNM realizou entrevistas com Dora Pires, e as latino-americanas a fim de apresentar o olhar e a percepção dessas mulheres acerca do momento político e social que enfrentamos na região da América Latina.
A última entrevista concedida à SNM é de Rogelia González Luis. Mulher indígena formada em Direito e Pedagogia, González é, além de ser fundadora da associação civil “Mujeres 8 de Marzo” – que tem como principal objetivo emancipar mulheres mexicanas -, foi eleita uma das 102 mulheres líderes no México pelo jornal El Universal, em 2018.
Que medidas as mulheres devem tomar para frear os retrocessos nestes governos de ultradireita?
Uma das medidas que são fundamentais é a articulação com os movimentos de mulheres em todo o mundo. E, nesse sentido, uma das medidas é impulsionar essa articulação para impedir que haja algum retrocesso nos direitos alcançados. E a que direitos me refiro? Os direitos humanos das mulheres, das meninas, de todas as populações. E, nesse sentido, o direito à saúde, à educação, às mulheres indígenas, às mulheres rurais, às mulheres campesinas.
As mulheres necessitam ter a capacitação e a formação desde a perspectiva de gênero, dos direitos humanos e de uma visão multicultural e multiétnica, porque em todos os países do mundo há diversidade de etnias, de mulheres, de diversidade nos direitos que se dão, e que, no caso do México, do Brasil e da Venezuela nós, mulheres, queremos ter o respeito à nossa integridade para que se possa alcançar essa democracia, pela qual temos lutado.
Em meu país, México, queremos que se legalize o aborto, queremos que não haja violência política. Em meu país, e em todos os países do mundo, não queremos que haja uma só mulher assassinada por feminicídio e por violência de gênero.
Por isso é tão importante a articulação, por isso é tão importante ter as alianças em todo o mundo e, creio que esta visita – conhecendo as mulheres que estão na coordenação socialista, latino-americana – é algo importante, é algo que tem que retomar para que mais mulheres possam construir um mundo diferente, onde não haja violência e onde não haja um só retrocesso em nossos direitos .
Assessoria de Comunicação da SNM