Em pronunciamento na terça-feira (18/06), a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que é preciso entender o significado dos protestos populares em curso no país, que começaram em torno do aumento de tarifas de transporte, lembrando que o tema é recorrente nas ações do movimento estudantil e entre as classes menos favorecidas. Para Lídice da Mata, a ausência de partidos políticos claramente identificados como líderes na manifestação também torna necessário compreender a crise de representação política por que passam os partidos existentes hoje no Brasil. Lídice da Mata observou, no entanto, que os protestos atuais não são articulados pelas tradicionais lideranças estudantis, mas criados por um movimento que se articula nas redes sociais e que se expressa no momento em manifestações vigorosas, com pauta um tanto quanto confusa, mas que na sua essência expressa insatisfação com a qualidade de vida pela qual passa a juventude brasileira. Lidice da Mata avaliou, porém, que as manifestações não negam as conquistas que foram realizadas pelo Brasil, nos últimos dez anos; com a retirada de mais de 30 milhões de pessoas da pobreza absoluta; nem a existência de políticas públicas de inclusão que buscam a igualdade social. Lídice da Mata ressaltou que os manifestantes “querem que a política se expresse e se efetivar de uma outra maneira” “Nós, que somos políticos, precisamos compreender isso também para compreender o limite da nossa ação, o limite da democracia representativa, os instrumentos de participação popular que estão sendo criados”, afirmou. Lídice da Mata observou que em 1988, quando o Congresso Nacional se abriu para uma mobilização social nunca vista antes, todos os segmentos da sociedade puderam apresentar sua pauta política durante um ano e meio. A Constituição, afirmou, acabou consolidando direitos, muitos dos quais não foram regulamentados ainda hoje. |
Fonte: Agência Senado
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