Presidente do banco estatal afirmou ainda que trocas e negociações de cargos no governo fazem parte da democracia
A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse nesta 4ª feira (19.jul.2023) que não se sente insegura com as especulações sobre sua saída do governo, mas que “a exposição é muito ruim, inclusive para o banco”.
“Eu não me sinto insegura. Agora, o desgaste da imagem, essa exposição é muito ruim. Inclusive para o banco. E [as especulações] não envolvem só a mim, é um processo de tentativa de desgaste do próprio governo”, declarou a jornalistas.
Serrano afirmou ainda que o possível processo de troca no governo é algo natural no jogo democrático. “Faz parte da democracia. Você tem interesses e negociações que fazem parte do processo democrático de base do governo. Então essa disputa é parte disso”.
Quando questionada se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia comunicado algo a ela, Serrano disse que ele só a “mandou trabalhar”.
A Caixa está em uma possível minirreforma ministerial esperada pelo Centrão. A troca visa a consolidar uma base de apoio do Planalto no Congresso nacional. Serrano poderia sair para dar lugar a algum quadro técnico indicado pelo grupo de partidos. O nome já mencionado em Brasília é o do mineiro Gilberto Occhi, que chegou a presidir o banco de 2016 a 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB).
Lula tem demonstrado a interlocutores que não está satisfeito com o desempenho de Rita Serrano no comando da Caixa. A saída parece ser inevitável. Occhi é um daqueles quadros profissionais de Brasília, que serve a qualquer governo e tem amplo conhecimento da máquina pública e do funcionamento dos partidos políticos, algo que a atual presidente do banco não tem.