Correspondendo a 52,2% da população brasileira em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres estão bem longe de ser maioria na política nacional. Apenas 15% dos membros da Câmara Federal são do gênero feminino. No Senado, a porcentagem é ainda menor: apenas 12%. E nas eleições de 2020, 900 municípios não elegeram nenhuma vereadora.
No ranking de países com maior participação de mulheres na política de julho de 2021, o Brasil ocupa a 142ª posição, atrás de todos os vizinhos latino-americanos, menos Haiti e Paraguai. A colocação já parece ruim por si só, mas piora com a informação de que 192 países foram pesquisados ao todo pela União Interparlamentar.
Esses dados são um alerta e um incentivo para o debate sobre a necessária inclusão de mulheres na política brasileira. Mesmo sendo maioria da população, elas permanecem alheias às tomadas de decisões dos grandes poderes e à criação de políticas públicas. Como consequência, a democracia fica enfraquecida.
“Vejam só, até neste momento difícil do Afeganistão, principalmente para as mulheres e crianças, vemos que lá o Parlamento tem 27% de mulheres”, comentou a deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) durante reunião do Observatório Nacional da Mulher na Política em agosto de 2021.
Na mesma ocasião, duas propostas com o objetivo de reverter a escassez de representantes femininas na política foram discutidas, ambas estão em análise pelo Congresso. A primeira, a PL 1951/21 define uma porcentagem mínima e obrigatória de mulheres eleitas para as assembleias legislativas, a Câmara dos Deputados e as câmaras municipais.
A outra, chamada de PEC 125/11, é uma sugestão de emenda à Constituição. Ela propõe que os votos dados a candidatas do gênero feminino para a Câmara dos Deputados sejam contados em dobro nas eleições de 2022 a 2030. Essa emenda também engloba a duplicação dos votos em candidatos negros. A intenção é distribuir os recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas entre os partidos políticos.
Fonte: Hypeness