Uma quadrilha de 24 pessoas foi presa nesta segunda-feira (25) sob a acusação de prática de aborto em cidades de Minas e de São Paulo. Duas clínicas, que funcionavam em Diadema (SP) e em Belo Horizonte (MG), vinham sendo investigadas há um ano. A operação executada pelo Ministério Público de Minas e pelas Polícias Militares de Minas e de São Paulo prendeu seis pessoas em Belo Horizonte e outras 18 em Diadema, São Paulo e São José do Rio Preto. Os nomes de nenhum dos suspeitos foram divulgados. Entre os presos estão dois médicos que atuavam nas clínicas. Um dos médicos tinha acabado de chegar de São Paulo quando foi preso no aeroporto de Confins (região metropolitana de BH). A prisão dos médicos ocorreu dias depois de o Conselho Federal de Medicina ter decido apoiar a proposta de dar à mulher a opção de interromper a gravidez até a 12ª semana, ampliando os casos previstos de aborto legal (risco de morte para a mãe e violência sexual). Desde março de 2012, a Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos vinha investigando o caso, já que as potenciais gestantes interessadas em interromper a gravidez eram contatadas por meio da internet. A Justiça autorizou o monitoramento com interceptações telefônicas e, segundo o Ministério Público, toda a ação da quadrilha foi rastreada. As negociações eram feitas através de agenciadores, que indicavam os médicos e negociavam os preços. Quatro métodos para praticar o aborto eram utilizados, disse o promotor Mário Konichi. Um deles era por meio de medicamentos abortivos, como o Cytotec, cuja venda é proibida no Brasil. Os crimes investigados envolvem, além do aborto com o consentimento da gestante, a venda de medicamento proscrito no Brasil e formação de quadrilha. |
Fonte: Folha de São Paulo
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