O programa Chapéu de Palha Mulher, do Governo de Pernambuco, foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (25), em Nova York. O prêmio é um reconhecimento a ações governamentais que contribuem para a inclusão social. O programa foi criado em 2007 e vem mudando a vida de 3.300 mulheres em 78 dos 184 municípios de Pernambuco. O governo também recebeu um prêmio pela administração de serviços públicos. Na sede da ONU, em Nova York, a comitiva de Pernambuco foi a única que subiu ao palco duas vezes. Faziam parte dela o governador Eduardo Campos, a primeira dama, Renata Campos, a secretária da Mulher, Cristina Buarque, e o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio. “Imagine a alegria da nossa equipe, sermos reconhecidos como uma gestão que está procurando inovar, fazer melhor”, afirmou Eduardo Campos. “Para as mulheres pernambucanas em situação vulnerável é uma sensação de ter ganhado um prêmio. Porque não se faz política pública somente com governo, mas com a participação popular”, disse Cristina Buarque. Quando é a mulher que trabalha na cana, ela recebe durante quatro meses do ano, no período da entressafra, uma bolsa auxílio no valor de R$ 232 reais, o mesmo valor pago aos homens – é o programa Chapéu de Palha. Quando a beneficiada tem marido ou filhos trabalhando no corte da cana, ela pôde ser indicada para fazer cursos de capacitação promovidos pela Secretaria de Mulher. Em Tracunhaém, na Zona da Mata Norte, um dos municípios atendidos pelo projeto, as mulheres fazem cursos de capacitação para aproveitar as garrafas pet que iriam parar no lixo e estão ganhando dinheiro respeitando o meio ambiente. “Eu encho um bujão, pago uma luz, compro comida pra casa… Porque meu esposo tá parado agora”, explica a artesã Roselina da Silva. A artesã Risoneide da Silva é uma das mulheres beneficiadas pelo projeto em Tracunhaém – o marido e dois filhos trabalham no corte da cana. “É muito importante porque, quando a usina para, a gente passa seis meses parados e o dinheiro do Chapéu de Palha já ajuda, né?”. Risoneide e Roselina aprenderam a produzir vassouras a partir da reciclagem de garrafas PET. As garrafas são lavadas e, em seguida, vão para uma máquina que corta o plástico em fios bem finos. Depois, é hora de montar as vassouras. A etapa final consiste em prender os fios. Todo o material que iria parar no lixo ganha uma nova utilidade nas mãos dessas mulheres. Hoje, elas são capazes de fazer trezentas vassouras por mês e cada uma chega a ganhar R$ 80. Quando vai recolher as garrafas pela cidade, a catadora e artesã Maria José da Silva sabe muito bem como argumentar: “eu falo pra eles juntarem, não jogar fora que é pra não entupir bueiros, esgotos… Reciclar é limpar o meio ambiente”. Outro artigo que as mulheres aprenderam a fazer com as garrafas pet são flores de plástico. O arranjo pode ser vendido por R$ 5 ou R$ 6. Como Tracunhaém é uma cidade famosa pelo artesanato de barro, com dezenas de artistas, a Associação das Mulheres de Tracunhaém montou uma lojinha para vender o que produzem. As flores e vassouras feitas com garrafas PET estão entre os artigos mais procurados. As clientes pagam R$ 7 pela vassoura e garantem que ela é boa. “É maneirinha [leve], boa de manusear”, atesta a dona de casa Maria José da Silva. “Elas tiveram uma visão de conhecimento na vida delas, onde procuraram ser mais independentes, com mais autonomia e dignidade ao ganhar seu próprio dinheiro”, diz a presidente da Associação, Maria de Lourdes dos Santos. http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/06/onu-premia-programa-chapeu-de-palha-mulher-do-governo-de-pe.html |
Fonte G1 PE
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