Websérie reúne mais de 25 grandes nomes da ciência política para falar sobre paridade, eleições em 2018 e da importância da equivalência numérica entre homens e mulheres em uma democracia.
Nas eleições de 2018 teremos, pela primeira vez, um fundo destinado exclusivamente às mulheres. Este fundo objetiva atrair mais mulheres para a política, bem como torná-las cada vez mais capacitadas a exercer um cargo político-representativo. Como fazer isso? Dando a elas recursos.
A destinação de 30% do Fundo Eleitoral e de 30% do tempo de propaganda para as candidaturas femininas fortaleceu o desejo que muitas já tinham de tornar democrático e igualitária a política brasileira. Agora, é mais palpável a mulher sair da sub-representatividade e ter autonomia para impulsionar as demandas femininas.
Apesar do aparente avanço é necessário falar sobre. Por isso, a ONU Mulheres realizou uma websérie documental que vem tratar dos possíveis avanços como também das retrancas dessa lei que assegura espaço às mulheres dentro da política brasileira. A websérie #Brasil5050 conta com depoimentos de mais de 25 mulheres, especialistas em política, gênero, raça, parlamentares e ativistas.
As entrevistas foram gravadas na capital federal, ao longo de mês de junho de 2018 durante o Seminário Internacional Equidade de Gênero, Representação Política de Mulheres – Diálogos Países Nórdicos, Brasil e América Latina.
Para uma das entrevistadas, Flávia Biroli, cientista política e professora na Universidade de Brasília, “é muito importante que os partidos entendam que uma política sem mulheres, não é e não será uma política democrática de fato”.
Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, acredita que assegurar um Fundo Eleitoral que realmente viabilize as candidaturas das mulheres, as fortalece e, que isso “pode ter efeitos nos próximos ciclos eleitorais e alterar o baixo índice de mulheres eleitas na política brasileira”, afirma Gasman.
“É preciso vontade política. É preciso vontade do Poder Judiciário que tem papel fundamental na observância das cotas existentes na nossa legislação. E é preciso vontade dos eleitores. É preciso que os eleitores confiem e votem em mulheres para representar”, diz a advogada Luciana Lóssio.
Creuza Oliveira, candidata em diversos pleitos eleitorais, integrante do Grupo Assessor da Sociedade Civil da ONU Mulheres Brasil e membra do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, frisa que é preciso mobilizar “toda a sociedade. Todas e todos devem assumir essa pauta da agenda 50-50”.
O projeto
#Brasil5050: paridade de gênero na política – Parte das expectativas das mulheres brasileiras para as eleições 2018 e pela igualdade de gênero na política – possui cerca de 90 depoimentos que serão publicados nas redes sociais da ONU Mulheres Brasil e do projeto Cidade 50-50 até o final do ano. Os episódios revelam: anseios das mulheres pela democracia paritária por meio de um #Brasil5050, incentivo às candidaturas de mulheres, responsabilidade de partidos políticos, alerta ao eleitorado brasileiro para voto consciente e caracterização da violência política.