Floriano Peixoto, no Norte do RS, tem a maior proporção de vereadoras do Brasil. Dos 497 municípios do estado, apenas 8 elegeram mais mulheres do que homens para as câmaras.
As mulheres representam a maior parte do eleitorado do Rio Grande do Sul com 53% do público votante, mas formam maioria em apenas 1,6% das câmaras de vereadores do estado. Dos 497 municípios gaúchos, apenas oito elegeram mais vereadoras do que vereadores.
Os dados foram levantados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base nos eleitos e eleitas em 2020. As câmaras municipais serão renovadas nas eleições de outubro deste ano.
Em Floriano Peixoto, município de 1,6 mil moradores no Norte do RS, das nove cadeiras do parlamento, sete são ocupadas por mulheres. Essa é a maior proporção entre todas as cidades brasileiras – 78% do total.
Cidades do RS com maior proporção de mulheres eleitas vereadoras:
- Floriano Peixoto: 9 vagas, 7 mulheres (78%)
- Ibirubá: 11 vagas, 7 mulheres (64%)
- Almirante Tamandaré do Sul: 9 vagas, 5 mulheres (56%)
- Araricá: 9 vagas, 5 mulheres (56%)
- Boa Vista do Sul: 9 vagas, 5 mulheres (56%)
- Caibaté: 9 vagas, 5 mulheres (56%)
- Maçambará: 9 vagas, 5 mulheres (56%)
- Mato Queimado: 9 vagas, 5 mulheres (56%)
O número de eleitas, contudo, pode mudar ao longo dos quatro anos de mandato em razão de múltiplos fatores (cassação, morte, renúncia ou eleição do titular a um novo cargo, por exemplo).
Em Porto Alegre, 11 mulheres conquistaram vagas na Câmara Municipal em 2020. Com esse número, a capital foi a única cidade do RS a superar Floriano Peixoto e Ibirubá (que elegeram, cada uma, sete vereadoras) no número absoluto de parlamentares mulheres.
No entanto, três vereadoras foram eleitas deputadas nas eleições de 2022, e as vagas delas foram ocupadas por uma suplente mulher e dois homens em 2023. Dessa forma, atualmente, apenas nove mulheres seguem na Câmara Municipal de Porto Alegre – 25% de um total de 36 vereadores.
A cientista política e professora emérita da UFRGS Céli Pinto difere a situação de municípios pequenos, onde as mulheres eleitas têm relativo reconhecimento das comunidades, e de cidades maiores, onde a câmara é o primeiro passo da carreira de muitas políticas.
“No interior, são professoras, médicas com muita popularidade na cidade. São pessoas que já criaram seus filhos. Nas cidades maiores, a vereança é o início da carreira política para as mulheres”, comenta.
Para a pesquisadora, candidaturas à Assembleia Legislativa ou ao Congresso Nacional se tornam mais difíceis, porque muitas mulheres têm sua atuação política limitada às demandas familiares e acabam não assumindo mandatos em cidades mais distantes de onde vivem, como Porto Alegre ou Brasília.
“O lugar mais fácil para as mulheres entrarem na política é nas câmaras municipais, porque as elas não precisam sair das suas casas, das suas cidades. Seria um lugar em que poderia haver mais mulheres e são muito poucas”, analisa Céli Pinto.
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Fonte : G1