Recursos do programa “Mais Ciência na Amazônia” somam R$ 3,4 bilhões até 2026 para infraestrutura de pesquisa, apoio à inovação, segurança alimentar e outras ações
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou nesta segunda-feira (7) o programa Mais Ciência na Amazônia, com R$ 3,4 bilhões em investimentos de 2024 a 2026. Este é o maior volume de recursos já investidos na história da ciência na Amazônia.
O anúncio foi feito pela ministra no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA), na véspera da Cúpula da Amazônia, que começa nesta terça-feira (8) com a participação do presidente Lula e demais chefes de Estado dos países amazônicos.
Segundo a ministra, os recursos serão investidos para recuperar e consolidar a infraestrutura de pesquisa; aperfeiçoar os sistemas de monitoramento da Amazônia; apoiar a inovação e o desenvolvimento de cadeias produtivas; ampliar a segurança alimentar; expandir a conectividade e promover a capacitação digital; atrair e fixar pesquisadores; e preservar os acervos.
“O MCTI quer contribuir ainda mais para a implementação de políticas públicas e investimentos que gerem resultados concretos para as populações que vivem na Amazônia. Nesse sentido, anunciamos no dia de hoje um robusto programa de investimentos em ciência, tecnologia e inovação para a região amazônica”, disse a ministra Luciana Santos.
Somente o Pró-Infra receberá R$ 700 milhões para equipar, ampliar e modernizar os laboratórios e infraestrutura de pesquisa de universidades e Institutos de Ciência e Tecnologia. “O Pró-Infra tem a perspectiva de resgatar a capacidade das nossas instituições de produzir ciência de qualidade e tecnologia de ponta que possam ajudar o País a crescer, a reduzir as assimetrias regionais e a gerar emprego e renda”, explicou a ministra.
Também serão destinados R$ 800 milhões para apoiar a inovação em áreas estratégicas para a reindustrialização em novas bases tecnológicas e sustentáveis e R$ 550 milhões no desenvolvimento de novos satélites de sensoriamento remoto para monitoramento da Amazônia, entre eles, o CBERS 6, cuja tecnologia SAR permite o monitoramento em qualquer condição climática, o que é fundamental para a Amazônia.
“Cito ainda o investimento de 500 milhões de reais no Pró-Amazônia – um programa que criamos para gerar conhecimento sobre a diversidade biológica e para o desenvolvimento de tecnologias e atividades econômicas inovadoras na perspectiva da exploração sustentável das riquezas naturais da região”, acrescentou a ministra Luciana Santos.
Outros recursos serão destinados para a expansão e interiorização das infovias e para a capacitação digital em escolas e comunidades vulneráveis; para a repatriação de talentos; e para a digitalização e preservação de acervos.
“Por fim, vamos apoiar a agricultura familiar através de estímulos à comercialização e à inclusão socioprodutiva dos povos tradicionais. Nosso objetivo é desenvolver soluções para os gargalos científicos e tecnológicos, agregar valor aos produtos e gerar desenvolvimento e renda para as populações tradicionais”, finalizou Luciana Santos.
“Este é um anúncio que os bancos não conseguem fazer porque são recursos não retornáveis. Aqui, a Finep e o MCTI anunciam recursos transversais para a ciência da Amazônia. São conjuntos de ações que o Ministério fará por meio da Finep e do FNDCT que não retornarão para os cofres públicos diretamente, mas vão retornar para o bem-estar social, desenvolvimento social e combate à fome”, afirmou o presidente da Finep, Celso Pansera.
“Esse anúncio do governo federal reforça o papel da ciência para o desenvolvimento do país. Este é um momento muito importante para todas as pessoas que fazem ciência na Amazônia e no Brasil”, acrescentou o reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Tourinho.
Museu Goeldi
A ministra também anunciou a liberação de R$ 10,6 milhões para obras no Museu Goeldi, como a reforma do prédio da Rocinha. “Uma obra emergencial para a preservação da história da Amazônia”, definiu.
O diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, lembrou que, além dos investimentos anunciados, o MCTI foi o primeiro ministério a anunciar a realização de concurso público para preenchimento de vagas. “Esse conjunto visa não apenas promover o conhecimento da Amazônia, mas o uso sustentável e a preservação ambiental”, destacou. “Sem precedentes, esse conjunto de investimentos que a ministra divulgou é histórico e de importância única. Tudo que a gente deixou de fazer nos últimos anos, a gente precisa retomar agora. São recursos financeiros e também humanos. Agradecemos também pelo anúncio do concurso público.”