Iniciativa deve abranger estados e municípios da Amazônia Legal
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou a criação do Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra e Combate ao Racismo Ambiental, neste domingo (6), durante a programação do Diálogos Amazônicos. Em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, essa iniciativa tem como objetivo propor medidas para enfrentar o Racismo Ambiental na Amazônia Legal.
“Queremos a participação da sociedade civil. Obviamente, iremos avançar em um plano de trabalho para a Amazônia Negra Legal, a ponto de que esse seja o momento da partida”, declarou durante a plenária Amazônias Negras: Racismo Ambiental, Povos e Comunidades Tradicionais.
Anielle ressaltou que “com racismo ambiental não há justiça climática” e defendeu a importância de colocar os povos tradicionais, comunidades quilombolas e povos de terreiro no protagonismo da proteção da Amazônia.
“Alertamos também para o cuidado de não deixar que o enfrentamento ao racismo ambiental não seja um subtema dentro dos debates dos Diálogos Amazônicos, da cúpula e da COP-30. Esse tipo de racismo é perverso”, destacou a ministra.
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Nas palavras de Anielle, o olhar para a Amazônia deve ultrapassar a perspectiva exclusiva de “pulmão do mundo” e considerar as diversidade de povos e culturas que vivem como “guardiãs” e “guardiões” do território.
“Cerca de 80% da população na Amazônia legal se declara preta e parda. O censo quilombola, que demorou 150 anos para sair, nos mostra que 32% do povo quilombola do Brasil reside nos municípios que compõem a Amazônia legal. Então não podemos falar somente da Amazônia, mas sim de uma Amazônia indígena negra, quilombola, da Amazônia, dos povos tradicionais”, defendeu..
A mesa Amazônias Negras: Racismo Ambiental, Povos e Comunidades Tradicionais foi composta por Nilma Bentes, do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará; Luz Estella Cortés Churta – Organização Distrital Oswaldo Guayasamin Comuneros, da Colômbia; David Quiñónez Ayoví – Congreso Unitário del Pueblo Afroecuatoriano/Union del Pueblo Afroecuatoriano, do Equador e Eslin Enrique Mata Landaeta – Cumbre Nacional Afrovenezolano, da Venezuela.
*Com informações do Ministério da Igualdade Racial