No Entre Vistas, da TVT, ministra afirmou que a cultura “não é nem de esquerda, nem de direita”. Melhora a vida do povo pobre e do país, empregando mais pessoas que a indústria automobilística
Em participação no Entre Vistas desta semana, programa da TVT comandado por Juca Kfouri, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, relatou o cenário de destruição que atingiu a pasta durante o governo anterior. Além disso, a narrativa bolsonarista tentou colocar uma parte da população contra os artistas e trabalhadores do setor. Um dos exemplos foi a demonização da Lei Rouanet. Para a ministra, a cultura “não é nem de direita, nem de esquerda. É do povo brasileiro”. Mais do que isso, ela destacou as atividades culturais no Brasil como “uma ferramenta de transformação superpotente e um vetor econômico incrível”.
Para mostrar que o retorno econômico dos investimentos em cultura é uma “realidade”, a ministra citou recente pesquisa do Instituto Itaú Cultural que mostra que a economia da cultura e da indústria criativa emprega mais de 7 millhões de trabalhadores e responde por 3,11% do PIB, com apenas 0,45% do total dos investimentos. Assim, a participação do setor cultural na economia supera setores tradicionais, como a indústria automobilística, por exemplo, que responde por 2,1% do PIB.
Sobre a Lei Rouanet, a ministra disse que trabalha para descentralizar a aplicação dos recursos, para que os investimentos cheguem a todas as regiões do país. Para tanto, é preciso “sensibilizar” o empresariado. “A Lei Rouanet não significa que o ministério dá dinheiro para artista nenhum. É uma política para fomentar, fazer circular o fazer cultural, apoiar o ator cultural, no caso, os produtores.”
Diverso e plural
No esforço de reconstrução, a Cultura conta neste ano com recursos recordes, com previsão de R$ 5,7 bilhões no Orçamento deste ano. O desafio, segundo a ministra, é promover políticas de Estado, que resistem a eventuais trocas de governo.