Um grito de protesto vindo do campo ressoou na manhã desta quarta-feira (14), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Mais de 100 mil trabalhadoras e trabalhadores rurais de todo o país ocuparam o centro do poder político do país, desde as primeiras horas da manhã, para reivindicar políticas públicas voltadas para o campo e protestar contra os retrocessos sociais e a violência de gênero.
Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) a cada quatro anos, a sexta edição da Marcha das Margaridas teve como tema este ano a “luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência.”
Caracterizadas de camisetas na cor lilás e pelos chapéus de palha decorados com margaridas, as manifestantes marcharam do Parque da Cidade rumo ao Congresso Nacional.
Durante a caminhada, elas pediam, por exemplo, o fim da violência contra a mulher, o fortalecimento da agricultura familiar e restrições ao uso de agrotóxicos.
Acompanhadas por trios elétricos, as margaridas, como são popularmente chamadas, também protestaram contra a mineração em terras indígenas e contra a reforma da Previdência. Revezando-se, lideranças criticaram o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“A minha avaliação sobre a marcha é muito positiva porque conseguimos reunir mulheres de todos os cantos do Brasil para estarem em Brasília, fortalecendo a luta por melhores condições de vida no campo, e para protestar contra a violência e todos os retrocessos impostos por esse governo autoritário”, afirmou a secretária-geral da Contag, Thaísa Daiane.
“Com muitas dificuldades, a marcha é também um desafio para nós, mas é preciso vir aqui para defender um país ecologicamente sustentável, economicamente justo e socialmente igualitário”, completou Thaísa, que também coordena o Núcleo da Base Camponesa, Agricultura Familiar e Comunidades Rurais do Movimento Popular Socialista do PSB.
A marcha contou com o apoio do PSB, representado por seus segmentos sociais organizados. Estiveram presentes os deputados federais socialistas Alessandro Molon (RJ), Heitor Schuch (RS), Lídice da Mata (BA), e Vilson da Fetaemg (MG).
A marcha é realizada desde 2000 em homenagem à agricultora Margarida Maria Alves, que presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB) e lutava contra a violência no campo. Ela foi assassinada em 1983.
“A Marcha das Margaridas é um marco divisor. Mostra que as mulheres foram para as ruas dar um recado a esse desgoverno que está aí, no momento em que a nossa pátria, a nossa soberania e os direitos sociais estão sob forte ameaça. Defender a democracia é um dever do qual não abrimos mão”, declarou o secretário nacional do Movimento Popular Socialista, Acilino Ribeiro.
A mobilização contou também com amplo apoio de movimentos feministas, de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais.
Participaram também indígenas, quilombolas, ribeirinhas e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais dos Sem Terra).
Acesse imagens da sexta edição da Marcha das Margaridas:
Assessoria de Comunicação/PSB nacional