Em poucos dias, o governo desistiu de tentar reverter as mudanças e se mobilizou para garantir a aprovação do relatório
O governo Lula se livrou, nesta quinta-feira 1º, de uma derrota de proporções incalculáveis. No apagar das luzes, o Congresso Nacional aprovou a medida provisória de reestruturação dos ministérios – que caducaria após as 23h59, implodindo as pastas criadas ou recriadas pelo petista e restabelecendo a Esplanada desenhada por Jair Bolsonaro (PL).
Na quarta-feira 31, a Câmara foi palco de uma disputa que elevou a um ponto inédito a tensão entre o governo e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O deputado ameaçou sustar a análise da MP, criticou a articulação de Lula e deixou claro que daqui em diante – à exceção da reforma tributária – não se mobilizará pela aprovação de propostas do Planalto.
Até a semana passada, o governo analisava o relatório construído pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) sobre a MP dos ministérios. O centrão, porém, avançou sobre o texto e o modificou de forma significativa, impondo graves derrota às ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas.