O número de denúncias de tráfico de mulheres feitas para o Ligue 180 – central de atendimento à mulher do governo federal – aumentou 1.547% no primeiro semestre de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado. O dado faz parte de um balanço das ligações recebidas pela central divulgado nesta segunda-feira (7) pela ministra da Secretaria de Política para Mulheres, Eleonora Menicucci. O Ligue 180 funciona desde 2006 como um canal em que a população pode denunciar casos de violência cometida contra a mulher e pedir informações. Segundo a secretaria, desde então o serviço já realizou 3.364.633 atendimentos. Os relatos de violência recebidos pela central são repassados para investigação da polícia. De janeiro a junho deste ano, a central registrou 263 denúncias de tráfico de mulheres, sendo 173 casos de tráfico internacional e 90 dentro do Brasil. Em 34% das denúncias, foi relatado que havia risco de morte da vítima. No primeiro semestre do ano passado, foram 17 casos de denúncia de tráfico. Segundo a ministra, esse aumento se deve principalmente a uma maior veiculação pela mídia dos casos de tráfico de mulheres. Menicucci citou a divulgação de notícias sobre o desbaratamento de duas quadrilhas na Espanha, uma em junho de 2012, em Ibiza, e a outra em janeiro de 2013, em Salamanca. “A mídia veiculou bastante o desbaratamento das duas quadrilhas na Espanha pela Polícia Federal e isso ajudou a muitas pessoas ligarem no Ligue 180 e fazerem denúncias”, afirmou a ministra. Das 90 denúncias de tráfico interno, 64 relatavam exploração sexual, 25 eram sobre exploração de trabalho e uma foi sobre adoção irregular. Em relação ao tráfico internacional, 129 casos foram referentes à exploração sexual, 42 à exploração do trabalho e dois para a remoção de órgãos, segundo a secretaria. Total de ligações “Esse levantamento revela que o Ligue 180 é um serviço conhecido por boa parte da sociedade brasileira, ao ponto de as vítimas ou pessoas próximas a elas, em pequenas e grandes cidades, saberem onde encontrar ajuda”, afirmou Menicucci. Dessas ligações, 111.037 (36,3%) foram relacionados a solicitações de informação sobre leis. 59.901 (19,6%) foram demandas direcionadas para a rede de atendimento à mulher para serviços públicos de segurança pública, saúde e Justiça. Os relatos de violência corresponderem a 37.582 (12,3%) das ligações. Os tipos de violência registrados são: física, psicológica, moral, patrimonial, sexual, cárcere privado e tráfico de pessoas. Denúncias de violência Ainda segundo o levantamento da secretaria, em 83,8% dos relatos de violência o agressor era companheiro, cônjuge, namorado ou ex-companheiro da vítima. Quase 60% das mulheres agredidas tinham entre 20 e 39 anos, 62% não dependiam financeiramente do agressor e 82,7% eram mães. |
Fonte: G1
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