A Liderança do PSB na Câmara, em nome da Bancada Feminina socialista, recebeu, nesta quarta-feira (27), mulheres de partidos socialistas da América Latina. O intuito do encontro foi a troca de experiências e o debate sobre a representação feminina na política em todos os países latino americanos. Após a reunião, as convidadas participaram de visita guiada pelo Congresso Nacional.
A força socialista feminina é reconhecida historicamente pela luta dos direitos sociais e o combate ao sexismo. Na condução dos trabalhos, a deputada Keiko Ota (PSB-SP) reforçou que as mulheres são capazes de assumir todos os tipos de funções e estão na política para somar.
O PSB é o partido com o maior número de mulheres proporcionalmente no Congresso. A informação foi dada pelo líder do PSB na Câmara, Júlio Delgado (MG), que deu as boas-vindas às convidadas. “A nossa Legenda tem o compromisso de reforçar a representatividade feminina na política. Ainda temos muito a avançar, mas darei todo espaço enquanto líder para as pautas essenciais da Bancada Feminina”, reforçou.
Além da representação feminina nos parlamentos, o alto índice de feminicídio e a condição de vulnerabilidade em que diversas mulheres se encontram foram pontos levantados pelas representantes da Argentina, Uruguai, Paraguai, Panamá, Equador e Peru. De acordo com a vice-presidente do Partido Socialista do Equador, deputada Sílvia Andrade, em seu país, seis em cada dez mulheres morrem vítimas de violência doméstica. “Precisamos de uma plataforma de esquerda internacional em luta pela defesa e proteção das mulheres.”
Na Argentina, a cada 30 horas, uma mulher morre assassinada pelo companheiro, de acordo com Estela Molero, do Partido Socialista Argentino. “Essa é uma questão que interessa a todos, não apenas a nós mulheres. E nenhum governo fez absolutamente nada sobre isso”, acrescentou Molero.
Ao falar da Venezuela, que em virtude da grave crise política não esteve presente no encontro, a deputada Maria Helena (PSB-RR) lembrou da atenção que se deve ter com as imigrantes daquele país, que estão entrando no Brasil. “No meu estado estamos nos deparando com mulheres grávidas, com crianças pequenas vivendo em condições insalubres. Temos que ampará-las.”
Em acordo com as demais parlamentares presentes, a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) acatou a sugestão para que seja criada uma plataforma digital comum de boas experiências entre os países representados no encontro. “Juntas podemos nos ajudar e nos unir para solidificar as pautas de interesse da mulher na América Latina”, disse.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) e a deputada Creuza Pereira (PSB-PE) também estiveram presentes na reunião. “A participação da mulher na política está diretamente relacionada com a democratização da sociedade. Essa plataforma entre os países unificará nossa luta”, disse Lídice.
A iniciativa do encontro partiu da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB, que comemora esta semana 18 anos desde a sua criação. A secretária nacional, Dora Pires, afirmou que essa integração é uma das tônicas da Secretaria. “Teremos algumas celebrações esta semana, e a participação de socialistas de outros países contribuirá com questões que precisamos colocar em pauta, como a dignidade da mulher transexual”, finalizou.
Estavam presentes no encontro Karina Mussa, do Partido Socialista do Chile, Shady Medina, do Partido Revolucionário Freberista do Paraguai, Casilda Rojas, do MAS da Bolívia, Gladys Fernándes do Partido Socialista do Peru, Benilda Santana, do Partido Revolucionário Democrático do Panamá, Rogeliz Gonzalez, do Partido da Revolução Democrática do México, Patrícia Romero, do Movimento Nuevo Peru e Gaela Contreras, do Movimento Nuevo Peru.
Andrea Leal