A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) falou ao Poder360 sobre desejo de que a comissão volte em 2021
A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) afirma que “liberdade de expressão não é mentira“. A congressista é relatora da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fakes News, suspensa desde o início da pandemia e que deve ter os trabalhos retomados nos próximos meses.
Para ela, muitos não querem que exista debate sobre as redes sociais porque isso iria ferir a liberdade de expressão.”Mentira é uma coisa, caluniar é uma coisa e liberdade de pensamento é outra“, afirmou.
Lídice da Mata diz que há uma grande discussão em torno das políticas das redes sociais, assunto que será tema na volta da comissão.
“Debate está entre quem acha que não pode ser uma decisão só das plataformas sobre qual conteúdo pode ser retirado ou mantido. Outros que acham que os termos dessas redes devem ser debatidos para que elas possam fazer correções ou mesmo autuações na exigência de comportamento dentro de sua plataforma. Outros que defendem que haja até um organismo da sociedade ou do Estado que possa vir gerenciar essa relação nas redes. E outros que acham que não deve-se fazer nada porque acham que tudo fere a liberdade de expressão.”
Em entrevista ao Poder360, a deputada disse esperar que os trabalhos da CPMI retomem ainda em 2021, mas a decisão depende da presidência do Senado. Lídice admite que a retomada pode ficar só para depois do recesso parlamentar, em fevereiro de 2022.
Segundo a congressista, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizou ao senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da CPMI, que os trabalhos poderiam ser retomados depois do fim da CPI da Covid.
Questionada sobre qual será o foco da comissão, Lídice disse que os mesmos de quando a comissão iniciou os trabalhos em 2019. “Não podemos mudar os focos da CPMI. A comissão tem 4 objetivos determinados no requerimento“, afirmou.
Os itens listados no requerimento são: O impacto das fake news nas eleições de 2018; Investigação das fake news nos ataques às autoridades públicas; Investigação sobre crimes contra crianças e vulneráveis nas redes sociais; Ataques a personalidades nas redes sociais. A deputada disse que deve apresentar uma proposta de trabalho assim que a data da retomada dos trabalhos for estabelecida. Disse também que será preciso verificar a composição da comissão. “É possível que o governo busque se proteger e mude a composição de aliados na CPMI“, afirmou. Lídice da Mata (PSB-BA) deu entrevista ao Poder360 na 5ª feira (14.out.2021) por videoconferência.
Veja outros assuntos abordados na entrevista:
CIRO X DILMA A deputada disse que enxerga em Ciro Gomes (PDT) alguém “magoado” com o ex-presidente Lula (PT) por não ter recebido o apoio do petista nas eleições de 2018. Lídice diz que assim como condenou “os ataques” contra Ciro em manifestações em São Paulo, considera “absolutamente inadequado” as falas do pedetista sobre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na última semana. “Em todos os sentidos eu desaprovo o posicionamento do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes. Considerei inadequado e mesmo grosseiro a forma como se pronunciou“, afirmou.
PSB EM 2022
A deputada é presidente da sigla na Bahia. Indagada sobre o que defende para o ano eleitoral, a deputada disse que o partido é de “esquerda“e “anti-Bolsonaro“. Lídice diz que vê ampla maioria com esse posicionamento também nos Estados. A congressista ressalta que o partido tem sim aliança com partidos de centro0-direita em algumas regiões. Lídice afirma que o desafio do partido agora é fazer uma grande bancada no Congresso sem as coligações proporcionais. “Uma imensa dificuldade para um partido médio como o nosso“, disse. Segundo a deputada, a sigla discute a federação partidária com outros partidos de esquerda.
APOIO A LULA
A congressista defende o apoio ao ex-presidente em 2022, a quem considera uma referência de políticas públicas inclusivas no Brasil. A deputada diz que uma possível federação seria possível com essa estrutura de apoio ao petista, desde que o PT de apoio ao partido para disputas por cadeiras no Senado e no governo de alguns Estados. “Quem quer ter apoio tem que abrir-se para apoiar. Creio que quem tem um projeto nacional como objetivo deve ter capacidade de renunciar alguns projetos regionais para compor com o quadro nacional“, afirmou.
Fonte: Poder360