Seminário realizado na Câmara reforçou a necessidade de que as leis eleitorais sejam fiscalizadas para garantir a presença das mulheres, e em especial as negras, no Poder Legislativo e na política em geral. Ana Cláudia Oliveira, coordenadora geral de pesquisa do Observatório Nacional da Mulher da Política da Secretaria da Mulher da Câmara, a legislação avançou por determinar o financiamento proporcional às candidaturas, mas não há critérios claros para a distribuição dos recursos do fundo eleitoral, deixando a definição para as direções partidárias.
A pesquisadora observa que houve um aumento na representação feminina na Câmara e no Senado nas eleições de 2022, mas o ritmo de crescimento ficou abaixo das eleições de 18 em relação a 14. E, estatisticamente, as mulheres negras ainda enfrentam uma sub-representação ainda mais acentuada.
Ana Cláudia ressalta que garantir mais mulheres na política significa mais atenção a aspectos sociais da gestão do país, mas também dos estados e municípios. Segundo a especialista, até por uma questão de habilidades de socialização, pela maneira pela qual a sociedade é estruturada, as mulheres são mais ligadas a questões de cuidados, o que se reflete em uma dedicação a pautas relacionadas a saúde, educação, saneamento básico e outros aspectos que interferem no dia a dia das pessoas.