A socióloga deve ser nomeada para um cargo não remunerado no Palácio do Planalto, com o objetivo de institucionalizar sua participação em cerimônias e reuniões
A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, fará lives temáticas periódicas e terá agendas próprias em viagens que fizer pelo país e no exterior quando acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem necessariamente contar com a presença do petista.
Além disso, a socióloga também deverá cumprir agendas pontuais em outros locais e fazer viagens sozinha -como fez na semana passada, quando foi ao Rio de Janeiro para participar da posse da nova presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes), Maria Marighella.
Ainda não há uma determinação exata sobre a periodicidade das lives, mas há uma intenção de que seja realizada mais de uma por mês. A ideia é que cada transmissão tenha um tema específico que dialogue com questões atuais e iniciativas do governo Lula.
“O enfrentamento à violência contra as mulheres é um assunto que precisa ser abertamente conversado. Afinal, toda mulher precisa estar informada sobre os tipos de violência, sobre quais são os seus direitos e como pode buscar ajuda e acolhimento, do governo e da sociedade”, escreveu Janja nas redes sociais.
Na conversa também serão abordadas ações que o governo Lula irá divulgar por ocasião do Dia da Mulher, celebrado nesta quarta (8).
A transmissão desta terça irá ocorrer nas dependências da EBC, em Brasília, por contar com a participação da ministra. Segundo relatos, Janja poderá usar a estrutura da empresa para futuras transmissões.
Essa será a segunda live desse tipo que a socióloga organiza. A primeira, uma espécie de teste para esse modelo, ocorreu em 1º de fevereiro e contou com a participação da apresentadora Titi Müller, da cantora Maria Rita e do influenciador Muka.
Por sua articulação com o mundo artístico, Janja também coordenará o diálogo com influenciadores, artistas e lideranças regionais.
No começo de fevereiro, ela organizou uma reunião com mais de 50 influenciadores para tratar de participação social e comunicação –o presidente Lula esteve presente. Depois disso, foi criado um grupo de WhatsApp para dar continuidade ao diálogo com as personalidades. Intitulado Influenciadores pela Democracia, o grupo reúne hoje cerca de 150 pessoas, entre influenciadores, artistas e lideranças.
O grupo também servirá para apresentar políticas públicas e campanhas do governo. A ideia é que ele seja alimentado frequentemente com conteúdos visuais e informações sobre essas iniciativas que poderão ser divulgadas pelos influenciadores em seus respectivos perfis, visando aumentar a disseminação deles nas redes sociais.
Já foram divulgados no grupo conteúdos relacionados ao Bolsa Família, ao Minha Casa, Minha Vida e à campanha de vacinação.
Ainda como parte da atuação do novo gabinete, Janja também deverá cumprir agendas e realizar atividades que poderão contar ou não com a presença de Lula e de membros do governo no Brasil e no exterior.
Em viagem do presidente aos Estados Unidos em fevereiro, por exemplo, estava previsto um encontro entre Janja e a primeira-dama americana, Jill Biden. Ele teve de ser cancelado, no entanto, porque a americana não se sentiu bem.
Na viagem aos EUA, Janja visitou ainda o National Museum of African American History and Culture acompanhada da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A ideia dessas agendas próprias de Janja é realizar encontros para conversar com lideranças locais, no intuito de estabelecer pontes do Planalto com a sociedade. Não caberá a ela e ao seu gabinete a proposição ou execução de políticas públicas.
Nesta semana, a socióloga indicou que deverá viajar novamente ao Rio de Janeiro para cumprir agenda -mas não deu detalhes do que irá fazer no estado.
Segundo interlocutores, a atuação de Janja nesses compromissos e no trabalho em seu gabinete como um todo deverá passar por temas que são caros a ela, como gênero, raça, direitos humanos, segurança alimentar e cultura.