Os projetos prioritários do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), organização social vinculada ao MCTI, foram apresentados à ministra Luciana Santos, durante audiência nesta terça-feira (6). Com atuação voltada ao desenvolvimento da pesquisa oceânica no Brasil, o INPO está finalizando a estrutura de sua sede, no Rio de Janeiro, e deve começar a operar em março deste ano.
Durante a reunião, o diretor-geral do INPO, Segen Estefan, detalhou os três projetos estruturantes da instituição, que abrangem as áreas de observação oceânica, instrumentação oceanográfica e gestão de dados. “Traçamos planos robustos para o instituto porque os oceanos são importantes para o Brasil e o mundo nesse cenário de mudanças climáticas”, apontou.
A ministra Luciana Santos reforçou a importância estratégica dos oceanos para o Brasil, com influência em diversos setores como energia, transporte, petróleo, turismo e meio ambiente. “Podemos dar uma atenção especial ao INPO, que vai ajudar a avançar no conhecimento científico para superar os desafios em busca de um oceano saudável”, afirmou.
Na audiência, a diretoria do INPO detalhou os projetos estruturantes da instituição, que inclui integrar e expandir a rede de observações oceânicas por meio da criação de um Sistema Nacional de Observação e Previsão Oceânica. Outro projeto é implantar o Centro de Instrumentação Oceanográfica, que entre as atividades vai desenvolver e fabricar equipamentos. O terceiro foco será estabelecer um sistema de gestão integrada dos dados oceânicos coletados no país, importante para a previsão de eventos extremos em razão das mudanças climáticas.
Para ajudar na implantação dos projetos, a ministra Luciana Santos disse que a principal fonte de recursos é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Segundo ela, os recursos do fundo foram ampliados para 2024 e os editais estão diversificados para dar respostas às demandas de infraestrutura de diversos setores, incluindo os relacionados ao tema mudanças climáticas.
O secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes, apontou que o instituto também pode ter como fonte de recursos os editais do Programa Pró-Infra, voltados para expansão e desenvolvimento de infraestrutura de pesquisa, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O encontro também discutiu a possibilidade de o INPO formular e apresentar um projeto de cooperação na área oceânica entre os países do BRICS, grupo de países que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. “Esse projeto vai buscar um melhor entendimento e conhecimento do oceano, que é único e interligado e temos de trabalhar com foco na sustentabilidade”, afirmou.
Operação
O diretor-geral do INPO revelou que a sede do instituto, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está em fase de finalização e vai começar a operar a partir de março. “Temos uma grande rede que envolve 24 universidades, dezenas de empresas e centros de pesquisa. Vamos organizar a pesquisa oceânica para trazer um efeito positivo à nossa sociedade”, reforçou Segen Estefan.
A audiência contou com a participação do diretor do Departamento de Programas Temáticos do MCTI, Leandro Pedron, da diretora de Infraestrutura e Operações do INPO, Janice Duhá, e do diretor de Pesquisa e Inovação do instituto, Andrei Polejack.