Quando se fala em violência contra a mulher, um dos países que mais se destaca é a Índia, onde o machismo está enraizado e as mulheres são tratadas como subespécie. Violência sexual, doméstica e ataques de pretendentes frustrados, por exemplo, são extremamente comuns.
Em dezembro de 2010, em Nova Déli, um caso de violência chocou toda a Índia. Uma estudante de 23 anos foi agredida com uma barra de ferro e estuprada dentro de um ônibus. A jovem morreu dias depois, em consequência dos graves ferimentos.
Esse caso deu início a uma série de protestos afim de que fossem criadas leis mais rígidas em relação à violência sexual. Consequentemente, foi estabelecida a pena de morte para casos de estupro, no qual a vítima venha a falecer ou fique em estado vegetativo e prisão de seis meses a dois anos para policiais que se negarem a registrar denúncias de estupros. Diante da nova lei, cinco entre os seis acusados pelo crime, foram condenados à pena de morte e o sexto, por ser menor de idade, foi levado à um centro de detenção para menores.
As estatísticas mostram que uma mulher é estuprada a cada 20 minutos na Índia, segundo dados do Escritório Nacional de Registros de Crimes. Mas a polícia estima que apenas 4 a cada 10 casos sejam denunciados.
O enorme índice de agressão sexual vem atingindo também o turismo no país, não apenas pelas informações divulgadas sobre os estupros internos, como também, por inúmeros casos de violência contra turistas.Um estudo divulgado por um órgão profissional, afirma que o número de turistas no país caiu 35% nos primeiros meses do ano, após o caso de Nova Déli. Como exemplo dessas agressões, em março deste ano, uma suíça foi vítima de um estupro coletivo em uma floresta, enquanto acampava com seu companheiro. No mesmo mês, uma britânica saltou da sacada do hotel onde estava hospedada, fugindo do assédio do dono do hotel.
Outro caso abominante de violência comum no país são os ataques com ácido. Recentemente, duas jovens foram atacadas. Um homem jogou ácido sobre a jovem que tinha lhe negado casamento e sobre sua amiga, que a acompanhava. Outro trágico caso, é o de uma mulher que foi atacada por seu amante, após recusar-se a viver com ele. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.
Após tantos casos como esses, a Suprema Corte da Índia restringiu a venda de ácidos, e os estabelecimentos que não seguirem as novas regras, serão punidos com multas de até 50 mil rúpias. Além disso, decidiu-se também, que o governo deverá indenizar cada vítima com 300 mil rúpias. O valor, contudo, não é suficiente para bancar as cirurgias de muitas das vítimas, que muitas vezes chegam a ultrapassar a marca de 3 milhões de rúpias . Ainda não existem dados precisos sobre os ataques, no entanto são registradas cerca de 3 casos semanais, de acordo com a organização “Stop Acid Attacks” (Parem os Ataques com Ácido).
É lastimável que as mulheres ainda vivam em circunstâncias tão desiguis em relação aos homens, num país onde a economia é apontada como uma das mais crescentes do mundo. A Índia é citada como o país no qual há mais discriminação contra as mulheres dentre todas as outras nações do G20. Desta forma, é essencial que essa situação mude, e que as autoridades deem ouvidos às necessidades humanas, pois é completamente desumano ter de se adequar à ideia de inferioridade, conviver com o medo de ser agredida a qualquer momento e a insegurança de muitas vezes estar ao lado do inimigo. |
Fonte: Tresmalhando
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