Pesquisadores do AlterGen, da Escola de Comunicações e Artes, participaram do Global Media Monitoring Project, iniciativa que coleta e analisa dados em notícias de jornais, TV, rádio e internet
A representação de mulheres nas mídias ainda tem muito o que avançar em todo o mundo. Essa é uma das conclusões da última edição do Global Media Monitoring Project (GMMP), iniciativa que analisa a presença de mulheres e as histórias contadas sobre elas nas notícias veiculadas em jornais impressos, televisão, rádio e internet em mais de 120 países. No Brasil, diversas equipes de pesquisadores participaram do estudo, incluindo o grupo de pesquisa AlterGen, coordenado pela professora Claudia Lago, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
Nascido na 4ª Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1995 na cidade de Pequim, na China, o GMMP busca contribuir para a promoção da equidade de gênero no planeta, reconhecendo a importância da disputa dos chamados “sistemas midiáticos”, que englobam os diversos veículos e formatos de mídia e suas inter-relações comunicacionais, econômicas, sociais e políticas.
“As mulheres não apenas têm que estar presentes como profissionais nesses sistemas midiáticos para fazer a diferença, como a gente também tem que entender como é que eles reforçam as representações de gênero e como isso entra na vida das pessoas”, destaca Claudia.
Realizado a cada cinco anos, o levantamento do GMMP identifica e analisa todas as notícias veiculadas em uma determinada data, com base em uma metodologia composta de diversas perguntas sobre características gerais e específicas da matéria (veículo de publicação, tema, abrangência local, nacional ou internacional, além de questões sobre a presença e a forma como as mulheres são retratadas). Também é perguntado o gênero dos repórteres e de outros profissionais envolvidos na produção e veiculação da notícia. Com a pandemia, houve ainda a inclusão de questões sobre a covid-19.
Apesar de conhecer o GMMP há alguns anos – Claudia usa os dados da plataforma na disciplina Gênero, Mídia e Educação -, esta é a primeira vez que ela e o Altergen participam da pesquisa. O Brasil contou com equipes em todas as regiões do País, somando 88 monitores/pesquisadores. O AlterGen participou com o acréscimo de outros pesquisadores convidados por Claudia, como a professora Daniela Osvald Ramos, também da ECA, e estudantes da pós-graduação e de projetos de extensão, totalizando 19 pessoas. O time se dedicou à análise de matérias veiculadas no dia 29 de setembro de 2020 pela Folha de S. Paulo on-line e pela Rádio Jovem Pan, mais especificamente no Jornal da Manhã, principal programa noticioso da emissora. Das 370 notícias inicialmente identificadas, foi preciso fazer um recorte de 15 matérias, para que a quantidade de dados fosse compatível com os demais levantamentos no Brasil e em outros países.
Fonte: Jornal USP