O grito em defesa da educação pública ecoou nas principais cidades brasileira nesta quarta-feira (15) em. Estudantes, professores e representantes de partidos políticos, movimentos sociais e entidades ligadas à educação foram às ruas para protestar contra o bloqueio de recursos destinados ao ensino superior, anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro.
As manifestações marcaram o dia nas principais cidades do país, em todos os Estados. Socialistas do PSB participaram dos atos para defender o investimento em universidades federais e programas de pesquisa ameaçados pelos cortes do governo. Na última semana, o PSB se manifestou oficialmente contra a medida, em nota oficial do presidente nacional Carlos Siqueira, intitulada “Chega de barbárie: Balbúrdia é desprezar a educação”.
Nesta quarta, os manifestantes também criticaram as declarações do ministro da Educação Abraham Weintraub, que associou o corte a atos de “balbúrdia”, e à difamação das universidades que têm sido alvo de correntes no WhatsApp. Enquanto os protestos acontecem, o ministro presta esclarecimentos aos deputados federais no plenário da Câmara dos Deputados.
Bolsonaro viajou a Dallas, nos Estados Unidos, e de lá atacou os participantes das manifestações, a quem se referiu como “massa de manobra” e “idiotas úteis”.
Em Brasília, a marcha começou no Museu da República e seguiu até o Congresso Nacional. Para o líder da bancada do PSB na Câmara, o deputado federal Tadeu Alencar (PE), as manifestações que tomaram conta do país são a melhor resposta aos cortes anunciados pelo governo. “As pessoas foram às ruas demonstrar o grande valor que dão à educação para seu futuro e o desenvolvimento do país”, afirmou.
Segundo ele, o PSB seguirá atuando contra medidas inconsequentes como o corte de recursos para a educação superior. “País nenhum se desenvolveu sem investir em educação, ciência e tecnologia, exatamente o contrário do que faz o governo Bolsonaro”, criticou.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), classificou como ‘inaceitáveis” as declarações do presidente Bolsonaro sobre as manifestações. Em sua chegada a Dallas, nos Estados Unidos, nesta quarta, Bolsonaro afirmou que os estudantes em protesto contra o corte de verbas para a Educação são “massa de manobra” e “idiotas úteis”.
“Ele nos chamou de ‘idiotas úteis’, essas são as palavras do presidente do Brasil sobre a juventude que quer estudar e que se manifesta, democraticamente, por este direito. Inaceitável! O presidente tem medo das ruas. Nós não vamos parar. Vamos à luta!’, criticou Molon.
“Não estou aqui como deputado e sim como um jovem de 25 anos, que há três anos esteve numa universidade e sabe o que é a educação pública nesse País. Precisamos nos juntar contra esses cortes absurdos” destacou João Campos (PSB-PE), que é subcoordenador da comissão externa criada na Câmara para analisar o bloqueio no orçamento do Ministério da Educação.
“O que está em jogo é a educação. Os cortes estabelecidos pelo governo podem inviabilizar o funcionamento das nossas instituições públicas de educação, que são referências em ensino e pesquisa. Nós não podemos aceitar isso, nós, socialistas do PSB, estaremos atentos na defesa da educação brasileira”, afirmou o deputado Aliel Machado (PR), durante a manifestação na Esplanada dos Ministérios.
Para o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP), “a sociedade acordou contra qualquer medida que tira seus direitos”. Já o deputado Bira do Pindaré disse que “essa luta não é só dos estudantes e professores, e sim de todos os brasileiros”.
O deputado federal Marcelo Nilo (PSB-BA) lembrou que Bolsonaro não cumpre com o que prometeu durante a campanha eleitoral que o levou à presidência da República. “Ele havia dito que educação seria prioridade e agora está adotando medidas no sentido de prejudicar os alunos, principalmente das universidades. Não aceitaremos”, bradou.
Crítica – Na nota oficial, o PSB afirma que “o governo federal tem empreendido uma cruzada contra o ensino público universitário” ao contigenciar recursos orçamentários.
Para o partido, não se trata de gestão orçamentária do governo, “mas sim de impedir que as universidades possam funcionar com a devida normalidade”.
Na manifestação assinada por Carlos Siqueira, o PSB afirma que a intenção do atual governo é “desmantelar” a universidade por uma estratégia de poder “essencialmente autoritária”.
“O que está para além da mera aparência, no entanto, é que se pretende no âmbito de uma estratégia de poder essencialmente autoritária, o desmantelamento da universidade conforme ela existe atualmente. O governo quer limitar as instâncias nas quais se pode realizar a reflexão crítica sobre a realidade, que permita empoderar a sociedade civil como um todo, para resistir a toda e qualquer forma de autoritarismo; à prevalência da barbárie sobre a razão”, afirma a nota.
O documento do PSB conclama a sociedade a se “levantar” contra a iniciativa do governo e reafirma o compromisso do partido com a resistência aos retrocessos.
“É contra essa balbúrdia a ocorrer, a tentativa de destruição do ensino público universitário, que todos os brasileiros devem se levantar. O Partido Socialista Brasileiro, por sua história, suas convicções e seu programa, não faltará ao Brasil. Vamos à luta; vamos resistir de modo irredutível a mais essa tentativa de retrocesso social, econômico, político e cultural. Chega de barbárie!”, conclui a nota.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional
Foto de capa: Cadu Rolim