Congresso terá atividades culturais e rodas de conversa com pesquisadores, indígenas e integrantes de associações de doenças negligenciadas
A Universidade Federal Fluminense (UFF) promove, entre os dias 3 e 5 de agosto, o Congresso de Saúde Pública e Formação Humana, em comemoração ao centenário da Sociedade Brasileira de Higiene e Saúde Pública (Sobrahsp). Organizado pelo Laboratório de Audiovisual Científico (Labaciências), o evento será realizado no campus do Gragoatá, nas dependências do novo Instituto de Artes e Comunicação Social (Iacs). São esperadas cerca de duas mil pessoas, entre centenas de palestrantes, lideranças indígenas, cientistas, acadêmicos, representantes de instituições e personagens que se dedicaram à promoção da saúde. Rodas de conversa reflexivas, apresentações teatrais e exposições artísticas sobre saúde mental, entre outras atividades, estão na programação.
— Serão mais de 50 rodas de conversa sobre temas inerentes à saúde coletiva. Além de homenagear essa sociedade centenária, criada por Carlos Chagas em 1923, e ressaltar a vida e a obra dele e também de Oswaldo Cruz, o evento se propõe a reconhecer importantes atuações de pessoas e instituições em prol da saúde e da educação em saúde, através da entrega de Medalhas Comemorativas Oswaldo Cruz e Carlos Chagas de Honra ao Mérito — afirma o coordenador-geral do evento, Luiz Antonio Botelho Andrade, professor da UFF e também coordenador do Labaciências.
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Um centro de informações do Congresso está sendo montado no Reserva Cultural, onde funcionava a Livraria Blooks. Entre as presenças confirmadas estão as do acadêmico Wanderley de Souza Carvalho, ex-presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI); de Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do Brasil; de Renato Ribeiro Janine, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); do jornalista Daniel Biasetto, editor do jornal O GLOBO especializado em reportagens investigativas e que trabalha em coberturas que tratam da questão indígena e suas relações com o meio ambiente; de Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ); e de Celina Maria Turchi Martelli, médica e cientista que foi destaque durante o enfrentamento da epidemia de zika no país, hoje pesquisadora do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhaes/Fiocruz-PE. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, fará sua participação por meio de vídeo.
Segundo Luiz Antonio Botelho Andrade, o conteúdo das atividades promovidas durante o evento trabalha em torno de quatro eixos interconectados: Saúde e Educação; Saúde e Meio Ambiente; Doenças Negligenciadas; e Saúde Indígena.
— Para entrelaçar estes eixos, utilizaremos o lema da OMS em 2023, “Saúde para todos”, que tem uma perspectiva inclusiva de afirmação do acesso coletivo à saúde, além da apologia e da defesa intransigente do SUS. Queria ressaltar a importância da participação de pessoas militantes nesta ocasião, que integram associações de enfrentamento a doenças negligenciadas, e dos representantes dos povos indígenas, em especial os yanomamis, que enviarão enfermeiras atuantes na causa da saúde dos povos originários — destaca o coordenador, acrescentando que as rodas de conversa funcionarão em formato original. — São tendas, espaços nos quais o coordenador está diretamente ligado ao tema. A ideia é romper com a visão tradicional das grandes palestras, para dar lugar a um evento onde ocorra uma troca intensa e produtiva.
Realizado no formato presencial, o congresso terá abertura e encerramento realizados na Sala Nelson Pereira dos Santos, que fica num edifício projetado por Oscar Niemeyer. O evento é gratuito para estudantes, com emissão de certificados para todos os participantes. Aos demais profissionais é cobrada uma taxa simbólica de R$ 100. As inscrições podem ser feitas no site https://doity.com.br/saude-publica-e-formacao-humana-comemoracao-do-centenario-da-sobrahsp.