Pela primeira vez em 229 anos, a Casa contará com representação de mulheres indígenas e muçulmanas.
Ainda com urnas a serem apuradas, os Estados Unidos elegeram ao menos 95 mulheres para a Câmara dos Deputados, segundo informações da Bloomberg. Nunca antes na história as mulheres conquistaram tantos assentos na Casa. Atualmente, 84 das 435 cadeiras são ocupadas por elas.
Também foi recorde o número de mulheres que disputaram as primarias este ano. A maioria concorreu pelo partido Democrata, em oposição ao tratamento dado pelo presidente Donald Trump às mulheres. Movimentos como o #MeToo também foram um incentivo à participação feminina no pleito.
Entre os destaque está a eleição, pela primeira vez em 229 anos, de mulheres indígenas. Foram duas: Deb Haaland, 57 anos, e Sharice Davids, 37 anos. Davids também será a primeira representante assumidamente LGBT do Kansas no Parlamento.
Os Estados Unidos elegeram ainda as primeiras representações muçulmanas. Rashida Tlaib e Ilhan Omar, ambas democratas, conquistaram assentos por Michigan e Minnesota. Omar ocupará a vaga de Keith Ellison, o primeiro muçulmano eleito para o parlamento americano. Ele deixou o cargo para disputar o comando da Procuradoria-Geral do Estado.
Foi eleita ainda Alexandria Ocasio-Cortez, a mulher mais jovem a entrar para o Congresso. Progressista do partido Democrata, Ocasio-Cortez tem 29 anos, é negra, filha de mãe porto-riquenha e contou com apoio do ex-presidente Barack Obama.
Revés para Trump
As mulheres são símbolo do revés que o presidente Donald Trump sofreu nesta eleição. Ele perdeu maioria na Casa, principalmente em reflexo ao mau desempenho do seu governo. Como algumas disputas ainda não foram decididas, os democratas parecem a caminho de ampliar sua bancada em mais de 30 assentos, muito além dos 23 que precisavam para estabelecer sua primeira maioria na Casa de 435 membros em 8 anos.
A nova Câmara dos Deputados terá a habilidade de investigar as declarações fiscais de Trump, possíveis conflitos empresariais de interesse e alegações envolvendo a campanha do presidente em 2016 e a Rússia.
Os deputados também poderão forçar Trump a reduzir suas ambições legislativas, possivelmente condenando ao fracasso as promessas do presidente de construir um muro na fronteira com o México, de aprovar um segundo grande pacote de cortes fiscais e de aplicar mudanças nas políticas comerciais.
Uma maioria simples na Câmara seria suficiente para abrir um processo de impeachment contra Trump se surgirem evidências de que ele obstruiu a Justiça ou de que sua campanha de 2016 conspirou com a Rússia. Entretanto, o Congresso não pode removê-lo do cargo sem a aprovação de dois terços do Senado, que é controlado pelos republicanos.
No Senado, onde democratas estavam defendendo assentos em 10 Estados onde Trump venceu em 2016, os republicanos derrotaram quatro democratas em exercício: Bill Nelson (Flórida), Joe Donnelly (Indiana), Heidi Heitkamp (Dakota do Norte) e Claire McCaskill (Missouri), desta forma ampliando sua liderança na Casa.
(Com informações da Reuters)
Fonte: HuffPost Brasil