Mensagens de estímulo e força nas palavras das mulheres que discursaram no VI Congresso Nacional do segmento Cristina Buarque, Secretária Especial de Mulheres do Governo de Pernambuco abre a primeira roda de discussões e aborda sobre um novo caminho para as mulheres e as eleições 2012. A secretária foi enfática ao ressaltar que o estado de Pernambuco tem programas avançados e políticas efetivas para as mulheres devido ao apoio e a visão do presidente do partido, o governador Eduardo Campos. “Socialismo é incluir. Vivemos um novo momento na abordagem sobre a questão das mulheres no PSB com a compreensão do tema pelo Presidente do Partido e Governador de Pernambuco”, concluiu. A deputada Luiza Erundina começou lembrando à todos que em 2012 serão comemorados 80 anos de conquista do voto feminino, mas destacou que na última eleição houve um crescimento tímido da participação das mulheres dos espaços de poder e chamou a atenção para a necessidade de mais empenho e participação na formação política de mulheres. “É preciso lutar para que o Partido cumpra com o compromisso de inserir mais mulheres nos espaços internos de poder. Está na hora de se cumprir a cota dos 30% previsto em lei”, ressaltou. E em uma só voz, Cristina Buarque e Luiza Erundina defenderam o rompimento da cultura do patriarcado no País. Para a deputada Sandra Rosado, líder da bancada na Câmara, as mulheres estão vivendo um momento histórico da luta feminista. Ela enfatizou sobre a importância do papel das mulheres na sociedade brasileira. “A conquista da ex Deputada Ana Arraes é um exemplo de perseverança por ser a primeira mulher eleita para o cargo de Ministra do TCU”, destacou. “A Justiça social só chegará com a participação efetiva das mulheres”, disse a ex prefeita e ex governadora do Rio Grande do Norte, Vilma de Farias. Ela pediu a palavra e falou sobre a capacidade gestora da mulher, da presença feminina nas universidades do país e a necessidade da união das mulheres para se fazer cumprir as leis já conquistadas. A Presidente do PSB em Alagoas, atual secretária de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Kátia Born, falou sobre a importância de se manter um movimento organizado e também sobre a capacidade do Presidente Nacional do Partido de disseminar as ideias e os ideais do partido até em outros governos. Dando continuidade às discussões, Dora Pires propôs uma moção de repúdio às intenções do Governo Federal de construir um projeto de reforma ministerial que extinguiria a Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), e outras secretarias especiais, em favor de um Ministério dos Direitos Humanos. A moção foi aprovada por unanimidade. As mulheres socialistas consideraram a junção da SPM com outras secretarias para a criação do Ministério dos Direitos Humanos seria um retrocesso político e uma falta de reconhecimento de todo labor que as mulheres investiram para eleger uma mulher à Presidência da República. Nas palavras enfáticas da senadora Lídice da Mata, o início do séc XX foi marcado pela luta contra a invisibilidade das mulheres impulsionada pela forte necessidade de se expressar além dos limites restritos do ambiente doméstico. Ela disse que o PSB pretende representar as maiorias que nunca tiveram acesso a participar do bolo de riqueza produzido pela população brasileira. Sobre a participação das mulheres nos espaços de poder e sobre os tímidos investimentos na candidatura de mulheres, ela ressaltou que, “o atual sistema eleitoral viabiliza a candidatura de homens. É preciso mudar essa regra e só com força e vigor para lutar por financiamento público de campanha”. Companheiras internacionais Argentina Clorinda Anita Yeliccic agradeceu ao PSB e a Dora Pires pela oportunidade de compartilhar a força do congresso geral. A companheira ressaltou que a mulher, no espaço público, ainda carrega a dupla jornada de cuidar de familiares ao seu redor. Falou sobre as dificuldades de assumirmos novas responsabilidades de trabalho como entrar na vida pública com tantas atribuições. E ressaltou que é imprescindível que o Estado assuma novo conceito de trabalho remunerado e não remunerado. Em 1926 foi criado o primeiro partido socialista da Argentina e ao mesmo tempo foi criada a organização de mulheres socialistas, anarquistas e independentes que começaram a lutar pelos direitos civis. O direito ao voto foi conquistado em 1952 e em 1967 houve uma reforma do código civil do país, que até então, considerava as mulheres casadas, deficientes, incapacitadas e tuteladas pelo marido. “A mulher não podia comprar ou vender nada e muito menos trabalhar sem a autorização do marido. Com o passar dos anos e o desenrolar da história, na redemocratização em 1985, foi aprovada a lei do divórcio, por exemplo, e hoje a representação das mulheres é de 40% na Câmara e um pouco menos no Senado. O objetivo é atingir a paridade”. Equador Ruth Gallegos, companheira socialista que milita há vinte dois anos questiona o porque do Brasil ainda lutar pela paridade e deixa o recado de que é muito importante levantar a voz e exigir os 50% na política. Ela ressalta que só a partir da década de 90 é que as mulheres do Equador passaram a influenciar, efetivamente, os espaços públicos e a superar a sensação de marginalização das mulheres. Sobre a presença no VI Congresso ela enfatizou que, “o Equador é uma Sociedade intercultural, e entendemos que nos relacionar com aqueles que são distantes de nós aparentemente, na verdade tem muitas coisas em comum. Temos muito espaço por ativar. Se sentirem que o ativismo importa e de que o país precisa de sua participação, ninguém vai detê-las”. Uruguai A companheira Carmem Millán do Uruguai falou sobre a crise econômica mundial e que mulheres, crianças, e os mais pobres são os mais afetados pela crise. Ela ressaltou que essa é uma crise estrutural do capitalismo e que esse é o momento do socialismo transformar essa realidade. Também falou sobre conscientizar o meio político da necessidade de mudar. “Em 1993 aprovamos uma cota de 30% e hoje temos uma representatividade de 47%”, ressaltou. Ela lembra que em 2010 comemorou cem anos de partido socialista no Uruguai. Falou sobre a redemocratização do país e sobre as discussões fervilhantes em torno de uma perspectiva de gênero. Por fim, enalteceu a criação da frente ampla, “uma força definida como uma estratégia fundamental p unificação da esquerda uruguaia”, concluiu. Chile As companheiras Ana Bell Jarás e Maya Fernandez Allende enfatizaram a longa história do partido de Salvador Allende e Michele Bachelet. Falaram sobre a ditadura brutal que o país viveu, falaram sobre a conquista da democracia e a primeira presidenta do Chile. “O imaginário foi uma grande mudança. Todas as políticas de proteção social são aplicadas com a perspectiva de gênero porque se presume que os papeis sociais pré determinados cultural e historicamente para mulheres e homens afetam de modo fundamental as oportunidades de integração e a capacidade de geração de renda”, disse Maya Allende. |
Virgínia Ciarlini – Assessoria de comunicação da SNM
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