Abusada sexualmente em junho, mulher falou pela 1ª vez sobre o caso. Ela estava grávida quando foi atacada. Bebê nasceu na semana passada. Bruna Emiliana Pereira Menezes, de 22 anos, foi abusada sexualmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Santos, no litoral de São Paulo, quando estava internada por conta de problemas pulmorares e grávida de quatro meses. Agora, meses depois de ter sido estuprada, a jovem, ainda debilitada por conta do longo tempo internada, comemora o nascimento de João Davi. Bruna falou pela primeira vez sobre o caso e, apesar da felicidade pela chegada do primeiro filho, não consegue esquecer a violência que teve que enfrentar. Segundo a mulher, o agressor, um auxiliar de enfermagem, de 47 anos, ainda causa repugnância. “Ele não é um humano. É um bicho. Uma pessoa que faz isso com alguém que pode se defender já é um criminoso. Imagina quando a pessoa está debilitada, indefesa, não podendo fazer nada? É pior ainda. Ele é uma pessoa doente”, diz. Ao G1, a vítima relembrou como foi a madrugada do dia 29 de junho, quando o abuso sexual aconteceu. “Eu estava dormindo quando, por volta das 2h, ele entrou no meu quarto. O enfermeiro começou a mexer comigo e me acordou. Eu pensei que ele ia me dar medicamento, pois eu estava tomando remédio para dor. Porém, ele começou a fazer os gestos obscenos. Tirou o órgão para fora e queria que eu pegasse. Eu puxava a minha mão, me debatia nas grades da cama e virava o rosto. Eu também estava com uma faixa, já que tinha feito exames de manhã e, na UTI, você não pode ficar com roupa. Ele chegou a colocar os meus seios para fora”, lembra. Bruna revela que a ação do homem causou perplexidade. “Ele tirou a minha máscara para colocar o dedo na minha boca e eu não sabia o que fazer. Não tinha força para nada e eu temia que ele pudesse desligar os aparelhos, porque eu não conseguiria respirar. Fiquei desesperada. Eu pensava: o que esse homem está fazendo comigo? Ele é louco, eu aqui nesse estado e ele fazendo isso. Quando ele saiu do quarto, peguei o telefone celular que tinham deixado para mim e liguei para a minha mãe”, destaca. Após avisar a mãe, a vítima lembra que as horas seguintes foram de pânico, com medo do que poderia acontecer na sequência. “A minha mãe e o meu tio foram até o hospital. Nessa hora eu consegui gritar e a enfermeira veio me ver, mas ela não acreditava no que eu falava. Ela dizia: ‘Bruna, você não sonhou?’ Eu dizia que não, que era verdade. Falei para ela não sair dali, pedi pelo amor de Deus, pois ele poderia voltar e desligar os meus aparelhos. Tinha medo de morrer. Quando a minha mãe chegou, falei para ela não sair de perto de mim. Eu chorava, desesperada”, recorda. O agressor, que tinha passagem pela polícia por estupro e atentado violento ao pudor, tentou se defender, como relata Bruna. “No mesmo dia ele entrou no quarto e me chamou de louca. Comecei a gritar que louco era ele. Ele falou que eu estava sedada. Mas eu disse que não, porque não tinha tomado nenhuma sedação, só remédio para dor. Ele chorou, disse que tinha um filho para criar e não podia ser preso. Só que ele deveria ter pensado nisso antes. Se ele tem filho vai mexer com uma pessoa grávida, indefesa?”, questiona. O suspeito foi preso pela polícia. Dias depois, uma outra vítima surgiu e contou que também havia sido abusada sexualmente pelo auxiliar de enfermagem. O homem continua preso, mas isso não traz tranquilidade para Bruna. “Ainda não me sinto segura. Sei que a Justiça daqui é difícil. Fiquei sabendo que ele não perdeu a carteirinha do Conselho Regional de Enfermagem (Core). Meu medo é que ele volte a trabalhar lá. Com a carteirinha, ele pode voltar a trabalhar. Esse é meu medo. Nunca vou querer voltar naquele lugar se ele estiver lá ou em qualquer outro hospital que ele esteja”, afirma. Enquanto luta para que o seu agressor não volte para as ruas, Bruna cuida de João Davi, que nasceu na última quinta-feira (21), com 50 centímetros e pesando três quilos. Os dois estão na casa da avó da criança, em Bertioga, no litoral de São Paulo. Após todo o drama vivido por Bruna e sua família, a jovem pretende seguir a vida normalmente. A vítima quer cuidar de João Davi, definido por ela como um “guerreiro”. “Fiquei com medo de que ele não nascesse, pois os médicos não nos davam muitas esperanças porque eu tinha que tomar medicamentos fortes. Depois que voltei do coma, passei a fazer os exames. A cada ultrassom que eu via que ele estava bem era um choro, uma alegria. Uma sensação maravilhosa. Mas a gente só fica aliviada quando pega o bebê no colo, escuta o choro e vê como ele se acalma nos braços. Foi muito bom ver que está tudo certo e ele nasceu perfeito”, comemora. O caso |
Fonte: G1
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