Em uma reunião marcada por defesas contundentes da igualdade de gênero e da maior participação feminina nas esferas de poder, as militantes do Movimento Mulheres Socialistas do PSB reelegeram, nesta sexta-feira (27), a pernambucana Dora Pires secretária Nacional do segmento. A votação, antecedida por discussões sobre a posição que a mulher ocupa na política nacional, aconteceu durante o VII Congresso Nacional de Mulheres do PSB, realizado em Brasília.
Emocionada, Dora Pires, que segue para seu quarto mandato, lembrou que este é um momento de grande importância e que a participação feminina é fundamental. “Precisamos estar envolvidas na construção do novo País que tanto buscamos.” Ela também falou da necessidade de fortalecer o movimento. “Temos que estar firmes na busca por nossos interesses e trabalhar para conquistarmos nossos espaços.” A pequena participação das mulheres nas decisões políticas sempre foi amplamente discutida pelo PSB. Ainda que elas representem mais da metade da população brasileira (52%), essa participação ainda é baixa. Pesquisas recentes mostram que o Brasil ocupa a 121ª colocação no ranking que analisou a igualdade entre homens e mulheres na política em 189 nações. No Congresso Nacional, por exemplo, elas representam menos de 9% dos parlamentares. Uma das deputadas mais combativas da sub-representação das mulheres no Parlamento brasileiro, Luiza Erundina (PSB-SP) não poupou críticas e cobranças às próprias mulheres que, segundo ela, também são responsáveis pelo cenário atual. “Temos que sair desse papel de vítimas e entender que também temos culpa na baixa participação na política. Precisamos vencer a lógica de subordinação a que fomos impostas. Só assim daremos um salto no protagonismo político. Afinal, se tivéssemos consciência de nossa força quantitativa, elegeríamos nossos candidatos em todas as esferas.” Na Câmara, a parlamentar é autora da Proposta de Emenda à Constituição, ainda em tramitação, que garante a representação proporcional de cada sexo na composição das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado e de cada comissão (PEC nº 590/2006). Erundina ressaltou ainda a necessidade de todos os movimentos sociais do PSB estarem unidos em torno da candidatura de Eduardo Campos e Marina Silva à presidência e vice-presidência, respectivamente. “É preciso acumular forças para eleger o novo projeto de País e de Nação. Vamos fazer isso junto com os nossos candidatos, vamos consertar o que está errado.” Para Janete Capiberibe (PSB-AP), que também tem a defesa dos direitos das mulheres como uma de suas principais bandeiras, a participação feminina no poder é fundamental para que o País caminhe rumo à igualdade de gênero e avance no combate à discriminação ainda existente. “A presença feminina é muito importante para fazer valer os nossos direitos”, enfatiza. Ao final dos debates, a secretária Especial da Executiva Nacional do PSB, Mari Trindade Machado, convocou as mulheres socialistas a participarem ativamente do processo de mudança do cenário político brasileiro. “Nós somos o motor dessa transformação. Precisamos da luta de vocês porque são as mulheres que, verdadeiramente, conhecem os problemas do País. Temos muitos espaços de poder para ocupar.” Neste sábado, elas participam do Congresso Nacional Extraordinário do PSB, que formalizará a chapa presidencial Eduardo Campos e Marina Silva. O evento ocorre a partir das 9h, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília. |
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