Há mais mulheres em situação de desemprego e estas permanecem mais tempo nessa condição dos que os homens. Há mais mulheres com vínculos precários do que homens.
Mais de metade dos trabalhadores em situação de desemprego é do sexo feminino (52%), e foi também entre as mulheres que mais aumentou o desemprego de longa duração – perto de 32% face a cerca de 20% para os homens. O mesmo se verifica em relação a trabalhadores com vínculos precários, em que 52% são do sexo feminino.
Em 2021 o emprego de longa duração aumentou quase 26% em relação ao ano anterior, tendo subido de 33,3% em 2020 para 43,4% em 2021. As mulheres representam a maior fatia do desemprego de longa duração, correspondendo a 42,4% entre os homens desempregados e 44,3% entre as mulheres, explica a CGTP, num comunicado sobre emprego, desemprego e salários no feminino, a propósito do lançamento da semana da igualdade entre 7 e 11 de março.
Segundo os dados do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística, o emprego total aumentou para 128,6 milhões em 2021, mais 2,7% face a 2020. O desemprego oficial desceu, mas a evolução não foi tão favorável para as mulheres.
“O emprego feminino cresceu 53,6 milhares, correspondendo a mais 2,3% (face a 3,2% entre os homens trabalhadores), situando-se em 2383,7 milhares no conjunto do ano de 2021”, alerta a CGTP. As mulheres trabalhadoras registaram, ainda, salários mais baixos em relação aos homens: no “4.,º trimestre de 2021, o diferencial chegava aos 16%, mesmo tendo aquelas, em média, níveis de habilitação mais elevados”.
Apesar de mais de metade dos trabalhadores com habilitações ao nível do Ensino Superior ser do sexo feminino, as mulheres continuam a receber os salários mais baixos. “As diferenças entre os salários de homens e das mulheres trabalhadoras têm vindo a diminuir ao longo dos anos, mas são ainda elevadas, nomeadamente nos níveis de qualificação mais altos. No 4.º trimestre de 2021, o diferencial chegava aos 16%, mesmo tendo aquelas, em média, níveis de habilitação mais elevados”, sublinha a CGTP.
As mulheres representam, ainda, a maior fatia dos trabalhadores precários. A precariedade é mais acentuada entre as trabalhadoras com menos de 25 anos (59,6%) e com idades entre os 25 e 34 anos (33,5%), concretiza a central sindical. Em causa estão as discriminações “de que são alvo no trabalho, nomeadamente quando estão em idade fértil ou têm filhos, sendo mais elevada do que entre os trabalhadores homens das mesmas faixas etárias (57,1% e 28,3%, respetivamente)”.
FONTE: Jornal de Notícias