Nos últimos dois anos casos sobre a violência contra a mulher vêm enchendo cada vez mais os noticiários. No fim do mês de maio, o País acompanhou a divulgação do caso de estupro coletivo que aconteceu no Rio de Janeiro. Diante da repercussão sobre o tema, a deputada federal Creuza Pereira (PSB-PE) enxerga a necessidade de debate sobre A Cultura do Estupro no Brasil.
Membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CMULHER), a socialista solicita à Comissão audiência pública para o debate, com a presença da professora e antropóloga Maria Cecília de Mello e Souza e da autora do livro Violência Sexual no Brasil, Leila Adesse. “Pesquisa do Ipea de 2014 indica que 26% dos entrevistados consideram que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas, tendo o termo cultura do estupro ganhado mais repercussão na mídia”, justifica. Creuza acredita que no Brasil a violência doméstica se destacou como foco no início do movimento feminista, que se deu em função da brutalidade dos numerosos casos de violência conjugal e da impunidade dos agressores. “Uma coisa fica nítida: as mulheres não são vistas como seres com vontade própria, são consideradas propriedade dos homens. Cabe às mulheres obedecerem às regras masculinas: ser feminina, falar baixo, aceitar ser vista como objeto sexual, pois “homem é assim mesmo”. E quem não aceita as tais “regras masculinas” é culpada por tudo o que lhe vier a acontecer”, diz. A parlamentar explica que a cultura do estupro “é uma estrutura onde a mulher é culpada por qualquer constrangimento sexual que venha a passar”. Para ela, uma sociedade que acha normal mulheres serem constrangidas na rua por uma cantada ou mulheres serem estupradas por estar bêbada ou usando roupas curtas, é uma sociedade alimentada por essa cultura. Mariana Fernandes |
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Fonte: Liderança do PSB na Câmara dos Deputados
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