Votação da proposta foi adiada após acordo articulado pelo líder do governo para tentar ganhar mais tempo e construir uma solução para o caso
Foi preciso um acordo entre os vereadores para evitar um desgaste entre o prefeito de Belo Horizonte e os vereadores da frente cristã, que haviam apresentado uma proposta para revogar um decreto de Fuad Noman (PSD) que trata dos critérios de desempate em licitações públicas e adequar a legislação municipal às exigências da legislação federal.
A norma publicada pelo prefeito, em agosto do ano passado, estabelece fatores relacionados à igualdade de gênero e defesa das mulheres como critérios de desempate em licitações públicas e em um dos arquivos prevê, conforme norma nacional, iguala o termo “mulheres” a “mulheres trans, travestis e outras possibilidades do gênero feminino”.
Apesar do texto estar previsto em uma norma nacional, os vereadores não aceitaram e propuseram um projeto de resolução para sustar o efeito do decreto assinado por Fuad Noman. Para não desagradar os vereadores da base de apoio do governo que são alinhados com a frente cristã, um acordo foi articulado pelo líder do governo, Bruno Miranda (PDT). O projeto de resolução que seria votado nesta segunda-feira (5) foi retirado de pauta e a prefeitura ganhou mais tempo para buscar uma saída alternativa, sem anular o decreto.
Lei
O decreto de Fuad está em vigor desde agosto de 2023 e determina que um dos critérios de desempate em licitações feitas pela prefeitura de Belo Horizonte seria “um percentual mínimo de mulheres vítimas de violência doméstica”, além de ações comprovadas de “equidade entre mulheres e homens no ambiente de trabalho”, conforme prevê a legislação nacional, já aplicada em processos de licitação do governo federal.
Fonte: O Tempo