O episódio do apagão de energia elétrica na cidade de São Paulo, que se estende em certas localidades desde a última sexta-feira, 3, teve seus reflexos entre os pré-candidatos à Prefeitura nas eleições do ano que vem. Os principais adversários do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) falaram sobre o assunto. No plenário da Câmara dos Deputados, Guilherme Boulos (PSOL) chamou Nunes de “rei do camarote” por cumprir agenda no GP Brasil de Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos, durante a ocorrência de falta de energia na cidade: “O prefeito de São Paulo, ao invés de tentar resolver o problema, se comportou como ‘rei do camarote’. Passou o final de semana, enquanto o povo estava sem luz, em camarote de fórmula 1. Quando resolveu falar, falou um absurdo e propôs uma taxa para penalizar a população, uma taxa para enterrar os fios da cidade. O prefeito que não cuidou da zeladoria, da poda de árvores necessária, que sequer cumpriu a meta de aterramento dos fios da Prefeitura, agora quer que a população pague duplamente, é inacreditável”. Boulos fez referência a uma proposta de Nunes para a instituição de uma cobrança voluntária que estaria sendo estudada para acelerar o processo de enterramento dos fios da rede elétrica. Após a repercussão, o prefeito voltou atrás e disse que a taxa não será cobrada.
A também pré-candidata deputada Tabata Amaral (PSB) também usou o plenário da Câmara para falar sobre o assunto: “As mudanças climáticas vieram para ficar, pelo menos por agora. Nós lutamos para que no Plano Diretor houvesse uma menção da Prefeitura sobre isso. Fomos ignorados. Na cidade que não dorme, o prefeito vem dormindo no ponto há quase quatro anos e nada está acontecendo”. Em nota enviada à repórter Beatriz Manfredini, da Jovem Pan News, Ricardo Nunes se posicionou sobre as críticas: “Eles usam até a dor das pessoas para fazer palanque. Eu fui todas as noites, inclusive essa, acompanhar os trabalhos. Fui no sábado na sede da Enel e cobrei ação e um compromisso de prazo. É nítido o comportamento deles eleitoral, sem respeitar sequer a dor das pessoas, fazendo palanque de uma situação crítica. Não vi nenhum deles aqui trabalhando, só discursando. Como deputado, não cobrou o Ministério de Minas e Energia e nem a Aneel, que são os responsáveis por fiscalizar e são órgãos federais”. O prefeito ainda destacou que compareceu ao evento da Fórmula 1 porque ele gera 20 mil empregos e movimenta R$ 1,5 bilhões em São Paulo.