A deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) participou, nesta terça-feira (29), da IV Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, que acontece em Brasília. A socialista coordenou a mesa que debateu “A Interculturalidade e os modelos de atenção” e trouxe experiências de toda a América Latina. A Conferência é organizada pela Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna).
Janete Capiberibe relatou a experiência de inclusão das parteiras tradicionais do Amapá no serviço público de saúde, entre 1996 e 2002, que resultou na redução dos partos cesáreos e aumento dos partos normais ainda hoje. O projeto foi retomado entre 2011 e 2014. Ela defendeu maior interação entre os defensores do parto humanizado com as instituições públicas para trazer à tona e incluir nos serviços públicos o recorte da interculturalidade.
Janete também anunciou que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por indicação sua, está realizando o inventário do saber das parteiras tradicionais. O Amapá já sediou dois Encontros Internacionais de Parteiras Tradicionais.
Alexia Escobar apresentou estudo relativo a países latino-americanos que preveem respeito à diversidade cultural nas suas constituições, mas que, na prática, não estendem essa determinação constitucional às regulamentações e até criminalizam a atividade das parteiras.
Por outro lado, alguns hospitais na Bolívia, que oferecem a possibilidade de realização de parto tanto no modelo médico científico quanto no modelo de parto intercultural, de acordo com as tradições dos povos originários. A escolha do modelo de parto desejado é realizada pela própria paciente e seus familiares, sendo que as equipes de atenção, tanto de parto intercultural quanto convencional, permanecem à disposição para o atendimento.
Estiveram na mesa coordenada pela deputada Janete a vice-presidente da Confederación Nacional de Mujeres Indígenas de Bolivia (CNAMIB), Wilma Mendoza; a representante da ONG mexicana Nueve Lunas (México) Angelica Jimènez Nevarez; a coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela; a professora da Universidade de Brasília (UnB) Ximana Pamela Bermudez; a representante do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), Alexia Escobar e o debatedor e professor da UNB, Everton Luis Pereira.
Ass. de Imprensa – Dep. Janete Capiberibe