A Comissão de Educação discutiu nesta segunda-feira, em audiência pública, a permanência das mulheres no ambiente acadêmico. As pesquisadoras presentes na reunião enfatizaram que o ambiente acadêmico é um reflexo da sociedade brasileira, com desigualdade de tratamento, preconceito e assédio contra as mulheres. Lembraram ainda que trata-se de um meio tradicionalmente dominado por homens.
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DEBATEU A PERMANÊNCIA DAS MULHERES NO AMBIENTE ACADÊMICO. FOI RESSALTADO, EM AUDIÊNCIA, QUE O ASSÉDIO É UM DOS PRINCIPAIS MOTIVOS PARA AS MULHERES DESISTIREM DO ACADÊMICO.
A diretora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Débora Peres Menezes, destacou que as mulheres sofrem microagressões e assédios constantes na vida profissional. E, segundo pesquisas, esses são os principais motivos que levam as mulheres e desistirem do meio acadêmico. A pesquisadora ainda destacou que no campo das ciências exatas a presença das mulheres é ainda mais complicada, por ser um meio dominado por homens brancos, os quais, muitas vezes, se colocam em uma posição de superioridade e praticam diversos tipos de assédio.
Além disso, vocês sabiam que as mulheres se deparam com micro agressões e barreiras constantes ao longo da vida, que vão desde situações envolvendo ameaças pelo estereótipo até vieses implícitos que as desestimulam de seguirem carreiras mais competitivas, como as carreiras acadêmicas, que existe um efeito tesoura na vida das mulheres em geral e das cientistas, em especial que as almejam posições de destaque e poder.
O senador Paulo Paim do PT do Rio Grande do Sul destacou que o preconceito com as mulheres é um fato relevante na sociedade. E citou como exemplo a baixa representatividade das mulheres no Congresso Nacional. No Senado, lembrou Paim, apenas 15 dos 81 senadores são mulheres. Ele destacou a necessidade de incluir grupos minoritários nos espaços de poder e de conhecimento da sociedade brasileira.
Um dos eixos do debate que eu assisti agora foi o preconceito contra as mulheres. Como tem contra negros, indígenas, idosos, LGBTQIA+, quilombolas e as mulheres também. É só ver aqui no parlamento, temos uma bancada de mulheres, deve ser em torno de 14 mulheres e são 81 senadores e na Câmara não é diferente, pelo contrário, lá, acho que é pior ainda.
As pesquisadoras presentes na audiência enfatizaram que o ambiente acadêmico é um reflexo da sociedade brasileira, com desigualdade de tratamento, preconceito e assédio contra as mulheres.