Com a participação da primeira-dama Janja da Silva e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acontece esta semana, em Brasília, a Marcha das Margaridas. O evento, que teve início na terça-feira (15) e vai até quinta (17), busca colocar em evidência as pautas de mulheres trabalhadoras rurais e já está em sua sétima edição.
Em um carro de som da organização, a primeira-dama Janja da Silva falou com as participantes. “Sempre sonhei em estar aqui e hoje estou realizando um sonho. Estou muito emocionada e muito feliz, gente”, afirmou Janja. “Vamos caminhar. O Brasil voltou, estamos juntos nessa reconstrução com o presidente Lula. Muito obrigada por tudo, vocês são maravilhosas”.
Mais tarde, no encerramento do segundo dia de evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou decretos que têm como objetivo ampliar os direitos e as possibilidades das mulheres do campo e chefes de família e discursou sobre as margaridas.
“Os poderosos, os fascistas, os golpistas podem matar uma, duas ou três margaridas, mas jamais impedirão a chegada da primavera. E a vinda de vocês aqui hoje demonstra que só pensa em dar golpe nos dias de hoje, quem não conhece a capacidade de luta dos homens e das mulheres do país”, afirmou o presidente.
A marcha acontece de quatro em quatro anos, sempre no primeiro ano de cada mandato presidencial. Desta vez, o lema escolhido é “Pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver“. Ao todo, são esperadas 100 mil mulheres no evento, que é organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), federações e sindicatos filiados e organizações parceiras.
As atividades tiveram início ontem (15), com uma sessão solene realizada no Senado Federal. Já à noite, as participantes se reuniram no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, para a abertura político-cultural oficial. A abertura do evento contou com a presença dos ministros Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Margareth Menezes (Cultura), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulheres), Nísia Trindade (Saúde), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Ana Moser (Esporte), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), além da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).
Neste ano, a marcha celebra a aprovação do Projeto de Lei nº 63/2018, que inscreve o nome de Margarida Maria Alves, inspiração para o evento, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. De autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS), o texto ainda precisa ser sancionado por Lula. Por meio das redes sociais, a parlamentar comemorou a vitória.
“Milhares de mulheres, todos os anos, vêm para Brasília trazer sua pauta de luta, de reinvindicação. E ela se transforma em um grande símbolo de mulheres que lutam sem medo para defender um Brasil justo, soberano e digno, inclusive para nós mulheres. Margarida Alves, heroína do Brasil”, afirmou a deputada.
A trabalhadora rural paraibana Margarida Maria Alves foi uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país. Ela foi perseguida e assassinada por proprietários de terras no dia 12 de agosto de 1983, em frente à sua casa, em Alagoa Grande (PB).