A Carta Especial Mulheres no Mercado de Trabalho é produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, e apresenta na edição de 2014 um olhar sobre a quantidade de vínculos, o valor médio da hora de trabalho e a proporção do valor da hora da força de trabalho feminina e masculina O material é elaborado a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Eis o texto. Carta especial mulheres no mercado de trabalho A Carta Especial Mulheres no Mercado de Trabalho é produzida pelo Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas, e apresenta na edição de 2014 um olhar sobre a quantidade de vínculos, o valor médio da hora de trabalho e a proporção do valor da hora da força de trabalho feminina e masculina O material é elaborado a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por meio da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). As informações dizem respeito ao ano de 2011 2012, este último os dados mais recentes. Como opção metodológica escolheu-se realizar um recorte pela escolarização da força de trabalho nas regiões geográficas do Brasil, Rio Grande do Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre e Canoas para realizar a pesquisa. Espera-se com este material contribuir para a visualização do papel das mulheres no mercado de trabalho no sentido de qualificar o debate sobre esta questão. Na tabela 1 é apresentada a distribuição da quantidade de vínculos e a sua variação no Brasil por sexo e escolaridade nos anos de 2011 e 2012, bem como a proporção por nível de escolaridade e a proporção sobre o total dos vínculos. Pode-se perceber a distribuição dos vínculos no mercado formal de trabalho nos níveis de escolaridade. Nota-se que em 2011 o total de vínculos era de 46.310 mil passando para 47.458 mil em 2012, o que resulta um crescimento de 2,5% no período.
A força de trabalho masculina passa de 26.908. mil em 2011 para 27.302 mil em 2012 do que resulta um incremento de 1,5%, já os vínculos femininos passam de 19.402 mil para 20.156 mil, crescendo então 3,9%. Percebe-se que nos anos estudados os homens crescem menos que o total enquanto as mulheres tem um desempenho maior que o total. Mas mesmo ocorrendo um crescimento maior das mulheres no período estas, em 2012, possuíam 42,5% do total da força de trabalho enquanto os homens ficavam com a fatia de 57,5% do total. Destaca-se, em 2012, a redução na quantidade de trabalhadores com escolaridade analfabeta (5,6%) e fundamental (2,0%), e um aumento acima do total dos trabalhadores com mestrado (14,7%). Sendo os vínculos femininos responsáveis por 55,9% desta faixa de escolaridade. A Tabela 2 apresenta-se o valor médio da hora de trabalho bem como a sua variação no Brasil nos anos de 2011 e 2012 relacionadas entre as variáveis escolaridade e sexo.
Na tabela percebe-se que em média ocorreu um aumento de 2,0% na hora média de trabalho dos vínculos do mercado formal de trabalho, resultado da variação de R$ 11,35 em 2011 para R$ 11,57 em 2012. Os vínculos masculinos no mesmo período passam de R$ 11,92 para R$ 12,20 um acréscimo de 2,4%, já a força de trabalho feminino teve um ganho de 1,5% resultado da variação de R$ 10,51 para R$ 10,67 no período. Destaca-se, que no período em análise, ocorreram perdas para os vínculos que possuíam escolaridade média, superior e mestrado, com 0,1%, 0,8% e 3,3%. A os vínculos que possuem o fundamental e doutorado foram os que tiveram ganhos acima da média com 3,6% e 0,4%. A figura 1 mostra a variação do valor médio da hora de trabalho no Brasil por sexo e escolaridade no ano 2012, apurado pelo número-índice de base 100. O objetivo da figura é evidenciar as diferenças no valor da hora trabalhadas de homens e mulheres em relação ao total da força de trabalho.
Na figura 1 é possível perceber que em 2012 os homens recebiam em média 5% a mais que o total de vínculos no mercado formal de trabalho enquanto as mulheres percebiam 8% a menos. A maior diferença na hora de trabalho dos vínculos femininos é no nível escolar fundamental com 21%. E a menor é 12% para as trabalhadoras com doutorado. Nota-se que tanto no conjunto dos vínculos com em cada nível escolar as mulheres percebem menos que os vínculos masculinos. Na tabela 3 é apresentada a distribuição da quantidade de vínculos e a sua variação no estado do Rio Grande do Sul por sexo e escolaridade nos anos de 2011 e 2012, bem como a proporção por nível de escolaridade e a proporção sobre o total dos vínculos.
Na tabela 1 pode-se perceber que o total de vínculos no estado do Rio Grande do Sul era de 2.920 em 2011 e passa para 2.992 mil em 2012 resultando num crescimento de 2,5% no período analisado. Os trabalhadores masculinos que eram 1.614 mil em 2011, somam em 2012, 1.635 mil o que representa um acréscimo de 1,3%, ou seja, menos que o total da força de trabalho, já os vínculos femininos variam 3,9% resultado da passagem de 1.306 mil em 2011 para 1.357 em 2012. Os vínculos em 2012 estavam distribuídos com 54,7% do total sendo masculino e 45,3% feminino. É importante salientar que no período ocorreu redução do total de vínculos com o ensino fundamental em 1,3%. Destaca-se ainda que até o nível de escolarização média os vínculos masculinos são em maioria e que a partir da escolarização superior os vínculos femininos assumem este posto. A Tabela 4 apresenta-se o valor médio da hora de trabalho bem como a sua variação no estado do Rio Grande do Sul nos anos de 2011 e 2012 relacionadas entre as variáveis escolaridade e sexo.
Na tabela 4 esta descrito o comportamento do valor da hora média de trabalho de homens e mulheres por nível de escolarização. Pode-se observar que houve um aumento de 2,4% no valor na hora média resultado da variação de R$ 10,87 em 2011 para R$ 11,13 em 2012. Os vínculos masculinos no mesmo período passam de R$ 11,47 para R$ 11,79 um acréscimo de 2,8%, já a força de trabalho feminino obteve um ganho de 2,1% que resultou da variação de R$ 10,07 para R$ 10,28 no período. Sobressai na análise da tabela às perdas no valor da hora de trabalho, da mesma forma que ocorreu quando se observou o Brasil, dos vínculos que possuíam escolaridade superior, mestrado e doutorado com 1,1%, 3,9% e 0,5% respectivamente, já os vínculos analfabetos ou que possuíam o fundamental e o médio tiveram ganhos de 1,4%, 2,7% e 1,6%.
A figura 2 mostra a variação do valor médio da hora de trabalho no estado do Rio Grande do Sul por sexo e escolaridade no ano 2012, apurado pelo número-índice de base 100. O objetivo da figura é evidenciar as diferenças no valor da hora trabalhadas de homens e mulheres em relação ao total da força de trabalho. Na figura 2 é possível perceber que em 2012 os homens recebiam em média 6% a mais que o total de vínculos no mercado formal de trabalho enquanto as mulheres percebiam 8% menos. A maior diferença na hora de trabalho dos vínculos femininos é no nível escolar fundamental com 23%. E a menor, de 10%, esta nos vínculos analfabetos e com doutorado. Destaca-se o fato que em todos os níveis de escolarização as mulheres recebem menos do que os homens. Na tabela 5 é apresentada a distribuição da quantidade de vínculos e a sua variação na Região Metropolitana de Porto Alegre por sexo e escolaridade nos anos de 2011 e 2012, bem como a proporção por nível de escolaridade e a proporção sobre o total dos vínculos.
Na tabela 5 é possível visualizar que em 2011 o total de vínculos era de 1.363 mil e que passa para 1.396 mil em 2012, resultando em um crescimento de 2,4% no período para a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). A força de trabalho masculina passa de 735 mil em 2011 para 742 mil em 2012 resultando em um incremento de 0,9%, já os vínculos femininos passam de 627 mil para 653, crescendo desta forma em 4,0%. Percebe-se também na RMPA que nos anos estudados os homens crescem menos que o total enquanto as mulheres tem um desempenho maior que o total. No ano de 2012 os vínculos femininos somavam 46,8% do total da força de trabalho enquanto os homens ficavam com 53,2% do total. Pode-se apontar, no ano de 2012, uma redução no total de vínculos analfabetos e com escolarização fundamental. O maior aumento foi nos trabalhadores com mestrado (19,1%). O maior contingente (40,1%) de vínculos são os vínculos femininos com escolarização média.
A Tabela 6 apresenta-se o valor médio da hora de trabalho bem como a sua variação na Região Metropolitana de Porto Alegre nos anos de 2011 e 2012 relacionadas entre as variáveis escolaridade e sexo. Pode-se perceber que em média ocorreu um aumento de 9,4% na hora média de trabalho dos vínculos do mercado formal de trabalho da Região Metropolitana de Porto Alegre, resultado da variação de R$ 17,62 em 2011 para R$ 19,29 em 2012. Os vínculos masculinos no mesmo período passaram de R$ 18,61 para R$ 20,48 um acréscimo de 10,0%, já a força de trabalho feminino teve um ganho de 8,9% resultado da variação de R$ 16,36 para R$ 17,81 no período.
Destaca-se, que no período em análise, contrário do que ocorreu no Brasil e no estado do Rio Grande do Sul não ocorreram perdas, mas sim uma variação menor em alguns níveis de escolarização. Os trabalhadores com escolarização fundamental foram os que obtiveram o maior aumento com 10,1%. A figura 3 mostra a variação do valor médio da hora de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre por sexo e escolaridade no ano 2012, apurado pelo número-índice de base 100. O objetivo da figura é evidenciar as diferenças no valor da hora trabalhadas de homens e mulheres em relação ao total da força de trabalho. Desta forma é possível perceber que em 2012 na Região Metropolitana de Porto Alegre, os homens recebiam em média 6% a mais que o total de vínculos no mercado formal de trabalho enquanto as mulheres percebiam 8% menos. A maior diferença na hora de trabalho dos vínculos femininos é no nível escolar fundamental com 24%, e a menor é 6% para as trabalhadoras com doutorado. Nota-se aqui também que tanto no conjunto dos vínculos com em cada nível escolar as mulheres percebem menos que os vínculos masculinos.
Na tabela 7 é apresentada a distribuição da quantidade de vínculos e a sua variação no município de Canoas por sexo e escolaridade nos anos de 2011 e 2012, bem como a proporção por nível de escolaridade e a proporção sobre o total dos vínculos. Pode-se perceber, na tabela 7, a distribuição dos vínculos no mercado formal de trabalho, no município de Canoas, por escolaridade. Nota-se que em 2011 o total de vínculos era de 87 mil passando para 90 mil em 2012, o que resulta um crescimento de 3,6% no período. A força de trabalho masculina passa de 54 mil em 2011 para 56 mil em 2012 do que resulta um incremento de 3,8%, já os vínculos femininos passam de 33 mil para 34 mil, crescendo então 3,3%. Percebe-se que diferente do Brasil, do estado do Rio Grande do Sul e da Região Metropolitana de Porto Alegre os homens crescem mais do que o total enquanto as mulheres tem um desempenho menor que o total. Em 2012 os vínculos femininos representavam 37,6% do total da força de trabalho enquanto os homens eram responsáveis por 62,4% do total. Destaca-se, em 2012, a redução na quantidade de vínculos femininos analfabetos (10,5%) e o total de trabalhadores com escolaridade fundamental (4,4%), e um aumento 128,6% dos trabalhadores com doutorado. A Tabela 8 apresenta-se o valor médio da hora de trabalho bem como a sua variação no município de Canoas nos anos de 2011 e 2012 relacionadas entre as variáveis escolaridade e sexo.
Na tabela percebe-se que em média ocorreu um aumento de 3,5% na hora média de trabalho dos vínculos do mercado formal de trabalho, resultado da variação de R$ 11,81 em 2011 para R$ 12,23 em 2012. Os vínculos masculinos no mesmo período passam de R$ 12,61 para R$ 13,09 um acréscimo de 3,8%, já a força de trabalho feminina teve um ganho de 2,9% resultado da variação de R$ 10,40 para R$ 12,23 no período. Destaca-se, que no período em análise, ocorreram perdas para os vínculos analfabetos (17%) e para os que possuíam escolaridade média (1,6%) e doutorado (14,6%). Os vínculos que possuem mestrado foram os que tiveram ganhos acima da média com 14,5%. A figura 4 mostra a variação do valor médio da hora de trabalho no município de Canoas, por sexo e escolaridade no ano 2012, apurado pelo número-índice de base 100. O objetivo da figura é evidenciar as diferenças no valor da hora trabalhadas de homens e mulheres em relação ao total da força de trabalho.
Na figura 4 é possível perceber que em 2012 os homens recebiam em média 7% a mais que o total de vínculos no mercado formal de trabalho enquanto as mulheres percebiam 12% menos. A maior diferença negativa na hora de trabalho dos vínculos femininos é no nível escolar fundamental com 25%, e a maior diferença positiva são os vínculos analfabetos femininos que ganham 6% a mais que a média geral. O fato de os vínculos femininos perceberem mais do que a média total só ocorre no município de Canoas em relação às regiões pesquisadas neste estudo. Ao concluir este estudo que verificou para os vínculos femininos e masculinos a quantidade e o valor médio da hora de trabalho no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no município de Canoas, espera-se que este auxilie na problematização das questões de gênero no mercado de trabalho e que seja útil na elaboração de politicas públicas. UNILASALLE – Canoas/RS |
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Fonte: IHU
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