Em um restaurante no Centro de São Paulo, clientes se surpreenderam ao pegar o cardápio e se deparar com dois preços diferentes: um para mulheres e outro para homens – com pratos 30% mais caros. A reação foi recorrente: todos bufaram e se indignaram, inclusive mulheres. “No Brasil, as mulheres recebem em média 30% a menos para desempenhar as mesmas funções. Isso sim é injustiça”, foi a resposta do restaurante, por meio de um bilhete que o gerente trazia.
A pegadinha integra campanha de uma agência de comunicação contra a desigualdade salarial entre homens e mulheres, batizada de The unfair menu (O cardápio injusto). “As pessoas até perguntavam se a comida era melhor ou se a porção era maior, e esse era justamente o nosso ponto: não tem nenhuma justificativa”, conta a idealizadora e redatora da campanha, Camila Gurgel. Se a definição de feminismo é a busca pela igualdade de gêneros, a brasiliense de 25 anos se considera feminista. A campanha não foi encomenda de nenhum cliente, consta como portfolio, e a temática foi escolhida em consonância com o recente debate sobre defasagem salarial. “O público já não aceita mais campanhas machistas e desrespeitosas”, defende Gurgel. Ela cita os casos recentes de marcas de cerveja e esmalte que tiveram de se desculpar publicamente por campanhas desrespeitosas com o público feminino. A agência em que Camila trabalha defende igualdade salarial e decidiu fazer uma campanha “se posicionando de maneira criativa”, explica a brasiliense. O vídeo foi feito em março e lançado nesta semana. A data foi proposital: terça-feira, 14, é o Equal Pay Day, dia internacional de luta pela igualdade de salários. Assista ao vídeo: |
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Fonte: Correio Braziliense
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