Segundo dois informes da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados nesta terça-feira (6), o Brasil e mais dez países latino-americanos conquistaram avanços significativos na redução de mortes relacionadas à gravidez ou parto desde 1990. Mundialmente, taxas também estão em queda, embora doenças crônicas e outras condições médicas preexistentes ainda sejam um problema grave. “Juntos, esses dois relatórios destacam a necessidade de investimentos em soluções comprovadas para a saúde feminina, como o cuidado de qualidade durante a gravidez e o parto e uma atenção redobrada para grávidas com problemas médicos preexistentes”, disse Flavia Bustreo, diretora-geral assistente do programa da OMS sobre a Saúde das Crianças, Mulheres e da Família. O Brasil reduziu sua taxa de mortes maternas em 43% desde a década de 90. Embora alta, a redução é uma das menores entre os onze países mencionados pelo relatório – Peru (64%), Bolívia e Honduras (61% cada), República Dominicana (57%), Barbados (56%), Guatemala (49%), Equador (44%), Haiti (43%), El Salvador (39%) e Nicarágua (38%). Ao que tudo indica, nenhum país latino atingirá a exigência do quinto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) em reduzir, no mínimo, 75% da mortalidade materna até 2015. O progresso também não diminui o peso das 9,3 mil mulheres latino-americanas e caribenhas que morreram em 2013 por causas relacionadas à gravidez – em 1990, foram mais de 17 mil mortes. “Temos salvado a vida de muitas mães pelas Américas, e estamos bastante satisfeitos com isso”, disse Suzanne Serruya, diretora de centro regional de saúde obstetrícia da OMS. “Mas o número de mortes no ano passado continua inaceitável, e significa que teremos um grande desafio em reduzir essas cifras ainda mais.” No cenário mundial, o relatório estima 289 mil mortes maternas pelas mesmas complicações em 2013 – uma queda de 45% se comparado aos 523 mil óbitos em 1990. Considerando-se o 5o ODM, apenas onze países já conquistaram a meta de 75% de redução – seis na Ásia, quatro na África e um na Europa (Romênia). Apesar disso, as disparidades regionais continuam extremas. “Uma garota de 15 anos na África subsaariana têm uma chance em 40 de morrer devido à gravidez ou ao parto em algum ponto de sua vida, enquanto a mesma garota vivendo na Europa tem uma chance em 3,3 mil”, disse Geeta Rao Gupta, vice-diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Adicionalmente, o segundo relatório da OMS – com foco nas causas globais das mortes maternas – destaca o impacto que condições médicas preexistentes – como diabetes, aids, malária e obesidade – têm sobre a saúde da gravidez, sendo responsáveis por 28% das mortes deste tipo no mundo. |
Fonte: ONU BR
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