O Brasil tem a sétima maior taxa de gravidez adolescente da América do Sul, empatando com Peru e Suriname, com um índice de 65 gestações para cada 1 mil meninas de 15 a 19 anos, segundo dados referentes ao período de 2006 a 2015 divulgados nesta terça-feira (17) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Apesar de as taxas brasileiras serem menores que as de países sul-americanos como Venezuela (95) e Bolívia (88), ainda estão longe de países desenvolvidos como França (6) e Alemanha (8), ou mesmo de nações em desenvolvimento como Índia (28) e Rússia (27), segundo o levantamento.
A demanda não atendida por serviços de saúde, incluindo o planejamento reprodutivo, pode enfraquecer as economias e sabotar o progresso já alcançado rumo ao cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 1, que trata da eliminação da pobreza, disse a agência da ONU.
O Brasil tem a sétima maior taxa de gravidez adolescente da América do Sul, empatando com Peru e Suriname, com um índice de 65 gestações para cada 1 mil meninas de 15 a 19 anos, segundo dados referentes ao período de 2006 a 2015 divulgados nesta terça-feira (17) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Em primeiro lugar na região sul-americana está a Venezuela, com uma taxa de 95 para cada 1 mil adolescentes, seguida por Bolívia (88), Guiana Francesa (87), Colômbia (84), Guiana (74) e Argentina (68). Depois de Brasil, Peru e Suriname, aparecem Uruguai (64), Paraguai (63) e Chile (52). O Equador não forneceu dados para o levantamento.
De acordo com a agência da ONU, um em cada cinco bebês que nascem no Brasil é filho de mãe adolescente. Entre estas, de cada cinco, três não trabalham nem estudam; sete em cada dez são afrodescendentes e aproximadamente a metade mora na região Nordeste.
Segundo o relatório, estudos já conectaram a gravidez precoce com uma menor saúde física e mental mais tarde na vida; enquanto diversas pesquisas concluíram que a gravidez adolescente provoca desvantagens para meninas de baixo status socioeconômico.
A demanda não atendida por serviços de saúde, incluindo o planejamento reprodutivo, pode enfraquecer as economias e sabotar o progresso já alcançado rumo ao cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 1, que trata da eliminação da pobreza, disse a agência da ONU no documento.
Na avaliação da agência da ONU, a desigualdade econômica reforça e é reforçada por outras desigualdades. Por exemplo, a desigualdade enfrentada pelas mulheres mais pobres no acesso a serviços de saúde, onde apenas algumas privilegiadas conseguem planejar sua vida reprodutiva, reflete-se na incapacidade de desenvolver habilidades para integrar a força de trabalho remunerado e alcançar poder econômico.
“Hoje, a desigualdade nos países não pode ser entendida apenas entre ter e não ter”, afirma o representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal.
“As desigualdades são cada vez mais entendidas entre o que as pessoas conseguem e não conseguem fazer. As mulheres mais pobres, que não têm acesso a recursos que lhes permitam o planejamento reprodutivo ou que não conseguem ter bons atendimentos de saúde, são as que menos conseguem desenvolver seu potencial.”
Taxas de gravidez adolescente são altas na América Latina
A taxa de fecundidade adolescente nos países da América Latina e do Caribe estão entre as mais altas do mundo, com 64 nascimentos para cada 1 mil adolescentes. A região só perde para a África Ocidental e Central (115) e para a África Oriental e Áustral, cuja taxa é de 95 nascimentos para cada 1 mil adolescentes.
Como base de comparação, a taxa de gravidez adolescente na França está em apenas seis para cada 1 mil adolescentes, enquanto na Alemanha é de oito. Outros países em desenvolvimento têm taxas menores que a brasileira, como a Índia, onde é de 28 gestações para cada 1 mil adolescentes, e Rússia, onde é de 27 gestações.
Na maioria dos países em desenvolvimento, as mulheres mais pobres têm menos opção de planejamento reprodutivo, menos acesso a atendimento pré-natal e são mais propensas a terem partos sem a assistência de um profissional de saúde.
O acesso limitado ao planejamento reprodutivo leva a 89 milhões de gestações não intencionais e 48 milhões de abortos em países em desenvolvimento todos os anos, afirmou o UNFPA no estudo.
Isso não afeta apenas a saúde das mulheres, mas também limita suas capacidades de entrar ou de se manter no mercado de trabalho remunerado e afasta a possibilidade de alcançarem independência financeira, ressaltou o relatório.
Fonte: ONUBr