Confira abaixo reportagem divulgada nesta terça-feira (23) no Portal Brasil 247.
Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, avalia, em entrevista ao 247, que “após 12 anos de um governo dito de esquerda, o país está se voltando para a direita ainda mais do que antes, seja nas políticas do próprio governo ou por parte do Congresso”; “A rendição do PT é uma derrota da esquerda”, diz ele, acrescentando que o PSB “jamais vai se voltar para políticas de natureza conservadora e, fiel aos seus ideais, vai cumprir o seu papel e preencher esta lacuna”; segundo ele, as práticas neoliberais adotadas pelo antigo aliado histórico levaram ao afastamento do PSB e também do eleitorado; Siqueira classificou como “estranhas” as críticas feitas ontem pelo ex-presidente ao PT Paulo Emílio, Pernambuco 247 – Para o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a queda na popularidade do PT e as declarações feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a presidente Dilma teria chegado ao “volume morto” e que o PT está “velho” e “só pensa em cargos”, são a constatação de que a esquerda está em crise. “A rendição do PT é uma derrota da esquerda. Após 12 anos de um governo dito de esquerda, o país está se voltando para a direita ainda mais do que antes, seja nas políticas do próprio governo ou por parte do Congresso. O PSB jamais vai se voltar para políticas de natureza conservadora e, fiel aos seus ideais, vai cumprir o seu papel e preencher esta lacuna”, disse ao 247. A afirmação de Siqueira é uma confirmação do afastamento cada vez maior entre os dois partidos que mantiveram uma aliança histórica durante décadas. O rompimento entre as legendas aconteceu nas últimas eleições, quando o PSB lançou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos – já falecido – como candidato à Presidência da República. Desde então, o PSB tem mantido uma posição independente do Governo Federal no Congresso Nacional. Na avaliação do socialista, os maiores culpados pela atual situação vivida pelo PT são as políticas neoliberais que o partido adotou e que impactam diretamente na vida da população, como o ajuste fiscal, elevando a inflação e o desemprego. “Há uma certa orfandade e decepção com estas politicas que aí estão, incluindo o ajuste fiscal. O PT assumiu cabalmente as políticas neoliberais que sempre condenou. Isso tem reflexos diretos sobre a popularidade e o desempenho do governo. Esta última pesquisa [Datafolha, que indica desaprovação de 65% ao governo Dilma] são um reflexo disso”, avaliou. Segundo ele, porém, a responsabilidade maior recai sobre o ex-presidente Lula. “É difícil imaginar o PT e o governo sem o Lula. É quase uma simbiose. Foi ele quem escolheu a Dilma para ser candidata à presidente quando, talvez, ela nem quisesse isso. Ele influenciou e continua influenciando o governo. É uma situação estranha quando o líder do PT dá declarações assim. A responsabilidade é mais dele do que dela. Ela é uma invenção do Lula”, disse. Siqueira disse que a decepção do eleitorado gerado pelas baixas perspectivas de melhoras na economia, bem como o as dificuldades do governo para manter sob controle a base aliada, terão uma influência significativa nas próximas eleições. “2016 tende a ser a eleição mais difícil que o PT vai enfrentar ao longo da sua vida. Nas capitais a rejeição é alta. Os próprios eleitores do PT não conseguem entender o estelionato eleitoral praticado pelo partido. Não foi a oposição que levou a esta situação. Foi o próprio PT”, destacou. Para o PSB, uma das consequências diretas deste distanciamento do PT dos ideais de esquerda é tornar a possibilidade de um reatamento da aliança entre as duas legendas ainda mais distante. “Não vejo, a curto prazo, nenhuma razão para reatar. Estamos do lado do governo nos interesses do país, mas desde o início do segundo mandato de Dilma não existe nenhuma boa notícia para a população. Não existe nada objetivo, concreto, que leve a uma mudança nesta situação”, observou. Segundo ele, nas eleições municipais do próximo ano, o PSB deverá lançar candidatos próprios nas principais cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, dentre outras, concorrendo diretamente com o PT. Nesta linha, “o PSB poderá buscar alianças com o PSDB e com o PPS, que é um aliado preferencial. Se não podemos ter o PT ao nosso lado no campo das esquerdas, o PSB irá cumprir o sue papel e preencher esta lacuna. O PSB terá um bom desempenho nas eleições municipais. O novo quadro que vai emergir a partir daí será decisivo para definir o que acontecerá em 2018. Até, porém é temerário falar algo sobre 2018”, disse. |
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Fonte: Portal Brasil 247
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