AMDB afirma que lista de nomes incluídos “nos mecanismos internos de promoção” tem “irrisórios 18,75% de mulheres”
A AMDB (Associação de Mulheres Diplomatas do Brasil) disse que o Ministério das Relações Exteriores desqualifica “reiteradamente a competência das mulheres diplomatas” ao “recusar-se a seguir a orientação do governo federal no sentido de conduzir mais mulheres à gestão do Estado”.
Em nota publicada na 4ª feira (17.jan.2024) a associação afirmou que a “indignação” se mistura “à revolta e ao desânimo” diante da lista de nomes incluídos “nos mecanismos internos de promoção” do Itamaraty. “Em um total de 64 nomes, irrisórios 18,75% de mulheres”, lê-se no texto (íntegra – PDF – 84 kB).
Segundo a AMDB, a lista “sumariamente exclui as mulheres diplomatas, especialmente aquelas na parte inicial da carreira”. A entidade disse que trouxe o assunto à tona na expectativa de que, “fora das nebulosas reuniões da cúpula do Itamaraty em que a presença masculina segue sendo a norma”, as mulheres diplomatas possam “encontrar o apoio da sociedade” e de outras instâncias do governo federal.
“Ao desqualificar reiteradamente a competência das mulheres diplomatas e, dessa forma, recusar-se a seguir a orientação do governo federal no sentido de conduzir mais mulheres à gestão do estado, a chefia do Itamaraty reafirma sua tradição pela formação de uma elite masculina e branca”, finaliza a nota.
A lista citada pela AMDB, no entanto, é parte do processo de promoção dentro do Itamaraty. A escolha dos nomes é feita por diplomatas de carreira e integrantes de quadros superiores.
Dos profissionais promovidos em novembro de 2023, mulheres representavam 40% das promoções para ministro de 1ª classe, grau mais alto da carreira de diplomata. Atualmente, 23% do quadro do Itamaraty é composto por mulheres.
O Poder360 procurou o Ministério das Relações Exteriores para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito da nota da AMDB. Não houve uma resposta oficial até a última atualização desta reportagem, às 13h46 de 18 de janeiro de 2024. O espaço segue aberto e será atualizado caso uma manifestação seja enviada.
Fonte: Poder 360