A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, fala à imprensa em um evento paralelo durante a 15ª Cúpula do BRICS, em Johanesburgo, na África do Sul
A ministra Anielle Franco, da pasta da Igualdade Racial, defendeu em um artigo que o presidente Lula (PT) escolha uma ministra negra para ocupar a vaga de Rosa Weber no STF.
O que aconteceu
- Anielle apontou a possibilidade como “elo histórico” entre a Constituição e a Justiça brasileira em um artigo publicado no portal Poder 360 no domingo (3).
Vivo isso como ministra da Igualdade Racial, quando a visibilidade e a audiência ao meu discurso de representante de Estado revestem de holofote tudo o que eu sempre disse antes de chegar aqui. Quero ver outra ministra negra acessando o espaço que lhe cabe e revigorando a democracia, uma ministra negra no Supremo Tribunal Federal. Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial
- Ministra destacou a importância da representatividade que, no caso das mulheres negras, é inexistente até hoje na Suprema Corte. No texto, ela também citou a história da primeira advogada brasileira (uma mulher negra escravizada), Esperança Garcia, e a deusa grega Themis.
Uma advogada negra na Suprema Corte aponta necessariamente para o caminho do equilíbrio e da equidade que embasam o ideal de justiça. Faz uma ponte possível entre o universo da deusa Themis e o de Esperança Garcia. Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial
- Não houve citações ou críticas à escolha anterior de Lula por Cristiano Zanin, cujas decisões desagradaram base do presidente nas últimas semanas. A ministra cita, porém, uma petição lançada para pressionar o presidente a escolher uma magistrada negra para o cargo, na qual Zanin é definido como um “conservador”.
Vaga de Rosa Weber é alvo de disputa no governo
- Interlocutores do presidente Lula relataram à colunista Juliana Dal Piva, do UOL, que o nome do ministro da Justiça, Flávio Dino, voltou a ganhar força para a vaga do STF (Supremo Tribunal) que irá abrir a partir da aposentadoria da ministra Rosa Weber, em outubro.
- Outro nome na disputa seria o do advogado-geral da União, Jorge Messias.
- Se Lula escolhesse mais um homem branco, STF teria Cármen Lúcia como única mulher e não teria nenhum ministro negro em sua composição. O último, o ministro Joaquim Barbosa, saiu da Suprema Corte em 2014.